O projecto foi oficialmente lançado a 14 de Março e prevê-se que a partir de Fevereiro do próximo ano instituições e famílias localizadas na baixa da capital e ao longo das avenidas do Trabalho, Eduardo Mondlane, Julius Nyerere, Kenneth Kaunda, Joaquim Chissano e de Moçambique tenham gás natural canalizado.
Esperam-se ainda derivações para Costa do Sol a partir da intersecção entre as avenidas Julius Nyerere e Kenneth Kaunda, e outra em direcção a Zimpeto através da Avenida de Moçambique, que deverá estender-se por 13 quilómetros.
De acordo com Paulino Gregório, administrador da área de Projectos da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), que juntamente com a sua congénere da Coreia, Kogas, e o Conselho Municipal de Maputo, lideram a iniciativa, o gás natural é mais seguro e barato que o acondicionado em botijas, pelo que não há grandes perigos nem implicações financeiras na sua utilização.
Aquele combustível é muito mais leve que a mistura do propano e butano, mais conhecida como gás de cozinha, pelo que em caso de fuga se evapora e não se acumula, criando perigo de explosões, segundo o administrador.
Acrescentou que a pressão a que chegará às residências é baixa e não constituirá perigo durante a sua utilização.
Em média, uma família usa uma botija ou uma e meia num mês, o que corresponde a gastos entre 600 a mil meticais. Usando gás natural canalizado, os custos de combustível na cozinha baixam para 400 ou 500 meticais, de acordo com dados apresentados há dias.
O projecto de canalização do gás natural na cidade de Maputo, com uma segunda fase para a vila de Marracuene, integra ainda uma central de controlo que terá detectores de fugas, podendo cortar o fornecimento numa determinada área sempre que necessário.
A fonte garantiu que a instalação do gasoduto do parque industrial de Beluluane para a Central Térmica da Electricidade de Moçambique, ex-SONEF, bem como as suas derivações para a cidade de Maputo não irão movimentar famílias, excepto umas 10 localizadas nas imediações da Portagem de Maputo, cujas partes das casas serão afectadas.
As obras e operacionalização das infra-estruturas, que comportam 60 quilómetros de extensão, excluindo as ligações aos consumidores, estão avaliadas em 38.2 milhões de dólares norte-americanos a serem desembolsadas pela KOGAS, detida na sua totalidade pelo Estado coreano.
Na sua segunda fase, o projecto chegará à vila de Marracuene, a 30 quilómetros do centro da capital, aumentando-se o ramal a partir de Zimpeto. Entretanto, a reactivação das fábricas paralisadas naquela zona, como Riopele e Mabor, e o interesse pelo combustível por parte de outras unidades como Hospital Psiquiátrico de Infulene, joga um papel fundamental para a expansão da rede naquela direcção.