Foram a enterrar na manhã do último sábado no cemitério da Texlom, na cidade municipal da Matola, província de Maputo, os restos mortais do jovem taxista moçambicano, Emídio Macie, morto há duas semanas na vizinha África do Sul, na sequência da violência criminosa a que foi submetido por um grupo de agentes da polícia daquele país viznho. Mas antes disso houve episódios pouco elegantes entre a polícia sul-africana e membros do Governo moçambicano.
A urna, contendo os restos mortais do malogrado, chegou em Moçambique por volta das 5 horas da manhã de sábado, vindo da África do Sul, onde Macie exercia o trabalho de taxista e onde foi assassinado por um grupo de agentes polícia sul-africana.
Na verdade, a urna pernoitou na fronteira entre Moçambique e África do Sul, mas do lado sul-africano, isto é, em Komatipoort, onde teria chegado por volta da meia-noite.
Do lado da fronteira moçambicana, encontrava-se uma comitiva do Governo que era liderada pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze.
Por volta das 22 horas, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, em representação do Governo moçambicano, fazia-se presente na fronteira de Ressano-Garcia, para receber a urna de Emídio Macie, contudo o dirigente moçambicano, que por inerência das suas funções goza de imunidade diplomática, foi impedido pela polícia sul-africana de atravessar a fronteira, para o outro lado onde se encontrava o cortejo trazendo os restos mortais da vítima. Perante o incidente, Henrique Banze viu-se obrigado a pernoitar do lado moçambicano da fronteira, até às cinco horas da manhã, para aí receber então finalmente os restos mortais do cidadão nacional.
Da fronteira o cortejo seguiu para a residência dos pais do malogrado, no posto administrativo da Matola Rio, distrito de Boane.
A cerimónia do enterro foi presenciada, entre outras figuras, pelo próprio vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, pela governadora da província de Maputo, Maria Jonas, pelo general na reserva e deputado da Assembleia da República, Alberto Chipande, pelo cônsul da África do Sul em Maputo e pelo administrador de Boane, Zeferino Cavele.
Antes do enterro houve a missa de corpo presente no Pavilhão da Escola Secundária Nelson Mandela, na Matola Rio, presenciada por mais de duas mil pessoas.