Nacional A partir do próximo ano: Maputo usará gás canalizado

A partir do próximo ano: Maputo usará gás canalizado

Para o efeito, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), o Conselho Municipal de Maputo e a Korea Gas Corporation (KOGAS) lançaram oficialmente ontem, na cidade de Maputo, as obras da montagem das infra-estruturas que permitirão que o gás flua do Parque Industrial de Beluluane para a zona abrangida pelo projecto.

Dados avançados na ocasião, que contou com a presença de membros do Governo representantes das três instituições ao mais alto nível, indicam que será construído um gasoduto para transportar gás da Matola à Central Térmica de Maputo, ex-SONEFE, onde vai se instalar uma estação de regulação.

Da Central Térmica partirá um gasoduto de menores dimensões para alimentar um anel de abastecimento, com cerca de 16 quilómetros de extensão e que vai percorrer as avenidas do Trabalho, Eduardo Mondlane, Julius Nyerere, Kenneth Kaunda, Joaquim Chissano, Estrada Nacional Número Um, retornando à primeira rodovia.

Prevê-se uma derivação para Costa do Sol a partir da intersecção entre as avenidas Julius Nyerere e Kenneth Kaunda, com 6.6 quilómetros de extensão e outra em direcção a Zimpeto, através da Avenida de Moçambique que deverá estender-se por 13km.

O projecto, com cerca de 60 quilómetros de extensão, sem contar com as ligações às residências, contempla ainda uma conduta de quatro mil metros para a zona do Aeroporto e uma rede de gasodutos na parte da baixa da cidade de Maputo, num total de cinco quilómetros.

A partir do próximo ano: Maputo usará gás canalizado

As instalações destas infra-estruturas, que incluem outras condutas de comprimento inferior a um quilómetro e pelo menos oito pequenas estações de regulação de pressão e outros itens para o pleno funcionamento do sistema, está orçado em 38.2 milhões de dólares norte-americanos a serem desembolsados pela KOGAS, detida na sua totalidade pelo Estado coreano.

Espera-se que na sua segunda fase, o projecto de canalização de gás natural chegue à vila de Marracuene, aumentando-se o ramal por 13 quilómetros a partir do Zimpeto. Entretanto, a reactivação das fábricas paralisadas naquela zona, como Riopele, Mabor, Fapacar e o interesse pelo combustível por parte de outras unidades como o Hospital Psiquiátrico de Infulene, joga um papel fundamental para a expansão da rede naquela direcção.

Intervenções feitas na ocasião coincidem no carácter social e ambiental do projecto, na medida em que permitirá a redução de gastos das famílias que até agora usam electricidade, carvão e lenha e contribuirá para o fim do desmatamento e melhoria da qualidade do ar.

David Simango, presidente do Conselho Municipal de Maputo, Nelson Ocuane e KangSoo Choo, PCA´s da ENH e da KOGAS, respectivamente, KwangChul Lew, bem como embaixador da Coreia no Zimbabwe, são parte das individualidades que tomaram palavra na cerimónia.

Salvador Namburete, Ministro da Energia, disse que o projecto constitui um marco e será uma referência no país e materializa-se numa altura em que aumentam os níveis de consumo de combustíveis fósseis importados com implicações significativas na balança de pagamentos, sendo urgente a identificação de fontes alternativas.

Com aquele projecto, o país vai poupar 2.3 milhões de dólares norte-americanos na importação de combustíveis em 2015 e 35 milhões em 2030.

Pelo menos 150 postos de trabalho serão criados na construção das infra-estruturas e 80 durante a fase operacional.