Nacional Chuvas a montante influenciam Zambeze

Chuvas a montante influenciam Zambeze

As autoridades gestoras dos recursos hídricos no país estão a monitorar a evolução da situação na bacia do Zambeze, que poderá conhecer novas subidas de níveis em função das chuvas fortes que têm vindo a cair nos países a montante, nomeadamente na Zambia e Malawi.
Chuvas a montante influenciam Zambeze

De acordo com a chefe de Departamento de Recursos Hídricos na Direcção Nacional de Águas, Rute Nhamucho, também há previsão de chuvas em Moçambique, facto que poderá implicar o agravamento do cenário actual, em que aquele curso de água se apresenta com níveis acima do alerta em Caia e Marromeu.

A preocupação principal, segundo indicou, prende-se com as águas que poderão ser drenadas do Malawi através do Rio Chire que, como é sabido, não possui nenhuma infra-estrutura de regularização.

Até ontem, a albufeira da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, no curso principal, estava a receber 2500 metros cúbicos por segundo de água e a descarregar 2200 em parte para amortecer o impacto a jusante.

Aquela infra-estrutura mantém alguma capacidade de encaixe visto que armazenava até 64 por cento da sua capacidade.

“Neste momento temos alguma preocupação também em relação à bacia do Messalo, em Cabo Delgado, que atingiu alerta nos últimos três dias e se mantém com tendência de subida. Neste momento, há indicações de algumas áreas inundadas e de uma ponte que está submersa na região de Nairoto”, disse Nhamucho.

Ainda em Cabo Delgado, o Rio Montepuez, que apesar de não ter atingido o alerta, está com o caudal elevado.

Por seu turno, o Licungo baixou consideravelmente em Mocuba, estando os níveis abaixo do alerta.

Entretanto, a água ainda está a dar efeito à zona baixa a jusante, nomeadamente nos distritos de Maganja da Costa e Namacurra.

No sul do país, as autoridades continuam a monitorar a evolução dos níveis no baixo Limpopo, que continuam a baixar progressivamente.

“Temos de prestar atenção à bacia do Umbeluzi, onde temos estado a receber escoamentos significativos a partir da Suazilândia e temos alguns “drifts” a jusante que, em caso de descargas acentuadas, pode perturbar a transitabilidade. Estamos a monitorar para ver o que estamos a receber e o que podemos incrementar em termos de descargas. Nos próximos dois três dias poderemos incrementar, mas temos de monitorar para minorar o impacto a jusante”, disse Nhamucho.