No ano passado, sete residências desabaram por causa da erosão que, a cada dia que passa, tira o sono aos moradores daquele quarteirão.
Anita Fernando, de 38 anos de idade, é chefe de família desde o ano de 2010, altura em que o seu marido faleceu. Ela é uma das vítimas da erosão que em 2012 desalojou sete famílias.
Perante os estragos causados por este fenómeno, os desafios de continuar a viver condignamente eram bastante complexos, uma vez que todos os bens foram destruídos, incluindo objectos de uso doméstico e produtos alimentares.
Os seus vizinhos mudaram-se para outros bairros, onde vivem em casas arrendadas. A erosão naquele bairro, que, paulatinamente, se agrava, surgiu em 2011.
Daí seguiram-se prejuízos enormes, como é o caso do desabamento de residências e infra-estruturas sociais. Além de destruir casas, soubemos que já arrastou, mais de duas vezes, a linha férrea dos Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM).
Mas desde essa altura nada é feito para rectificar os estragos agravados também pela chuva sempre que esta cai.
A direcção dos CFM em Nampula apenas se tem desdobrado em trabalhos de reabilitação, mas a intervenção não resolve o problema. A situação repete-se todos os anos.
Há vezes em que o comboio de cargas que faz o troço cidade de Nampula a Nacala-Porto fica impedido de chegar a algumas estações em Nampula devido à erosão.
Não existem informações sobre o descarrilamento de locomotivas, mas receia-se que um dia tal possa ocorrer caso o problema persista a avaliar pelos danos até aqui causados.
As autoridades comunitárias do quarteirão 4, na Unidade Comunal Marian Nguabi, mostram-se preocupadas.
O secretário do quarteirão 4, Aquimo Achamo, disse que por várias vezes reportou o problema à Direcção Social do Posto Administrativo de Muhala na expectativa de vê- -lo resolvido e ter algum apoio para as pessoas afectadas.
De acordo com nosso entrevistado, a população está a fazer um grande esforço para resolver o problema, mas faltam condições para enfrentá-lo. Para tapar as crateras existentes, usa-se lixo, uma medida que apenas minimiza a situação, mas no período chuvoso o drama é maior. A saúde pública fica em xeque.