“As pessoas em festa parecem crianças. Estamos a limpar e logo a seguir vêm sujar como estão a ver aqueles ali. Mas é assim mesmo”, dizia-nos um operador duma máquina pesada que estava a remover um monte de resíduos sólidos em frente ao local habitualmente chamado francesa, para depois sugerir:
“Na minha opinião seria necessário deixar que as festas terminem para depois iniciarmos a recolha de lixo, porque isto é aquilo que os outros chamam “trabalho de Marracuene”. Não dá nada mesmo. Mas também é verdade que a putrefacção não espera, pode logo começar a criar doenças que queremos evitar”, observou o nosso interlocutor.
A praia do Wimbe, onde ainda se mantinham alguns acampados em tendas, pois, há turistas que decidiram iniciar as suas férias logo a seguir, o lixo ainda podia se ver, principalmente de vasilhames de bebidas alcoólicas, para onde iam os homens de Salubridade.
Os munícipes, que já se congratularam com o nível de civismo e urbanidade que caracterizou a quadra festiva, fizeram o mesmo em relação à forma como o Conselho Municipal não se distraiu em face das suas obrigações diárias, tendo a direcção de Tagir Carimo colhido elogios, a quem se atribui a planificação e organização que esteve por detrás do até aqui considerado sucesso.
Enquanto isso, tanto a polícia, como as autoridades sanitárias da província, juntam-se para dizer que a quadra festiva terá sido a melhor dos últimos anos quando vistos a quantidade e o tipo de actos criminais registados, sem a ocorrência de muita violência, segundo Malva Brito, porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Cabo Delgado.
Por seu turno, Armando Meque, Director Clínico do hospital provincial, aponta apenas um caso de agressão física, com o uso de uma arma branca (catana), como sendo das mais destacáveis ocorrências, sendo que os outros resultaram em escoriações que tiveram o pronto tratamento, com o regresso dos envolvidos às suas casas ou aos locais de convívio.
A chuva que não caia na cidade de Pemba, desde a entrada da presente época, finalmente baptizou o novo ano, a partir de quinta-feira, contra as alegações evocando razões de índole supersticioso e tradicional, de que esperava pela saída dos meninos que ainda se encontram acampados em tendas precárias, em serviço de ritos de iniciação.
Com ela, alguma esperança de produção, mesmo em quintais dos residentes, foi retomada, bem assim aliviou os habitantes do intenso calor que, nos últimos dias do ano passado e primeiros deste, fustigou a baía de Pemba.