Nacional Madeireiros de Tete agastados com administradores distritais

Madeireiros de Tete agastados com administradores distritais

Os operadores de corte de madeira, na província de Tete, denunciaram a morosidade dos Governos distritais no despacho dos pedidos de concessão que são submetidos aos administradores para o seu parecer em relação a determinadas áreas nas comunidades pretendidas pelos madeireiros para concessões florestais.
Madeireiros de Tete agastados com administradores distritais
No encontro promovido recentemente pela direcção provincial de Agricultura com os madeireiros, na cidade de Tete, foram de entre outros aspectos discutidas formalidades sobre o direito à concessão florestal, uma das políticas definidas pelo Governo como prioritária em substituição de licenças simples de exploração de madeira que doravante já não serão emitidas em qualquer ponto do país.

“Nós os operadores de madeira estamos de acordo com a medida mas em contrapartida estamos decepcionados pelos administradores distritais que levam dezenas de meses com os processos guardados nos seus gabinetes para darem o parecer” – referiu a maioria dos operadores nas suas intervenções.

Aqueles agentes acrescentaram que esta morosidade cria grandes transtornos na vida dos madeireiros porque passam a vida inteira atrás do despacho do administrador deixando de executar outras actividades para o bem do projecto e da sociedade comunitária.

“O processo em si já é longo, pois tem muitos caminhos por onde deve passar, já que depois do parecer do administrador vai-se fazer consultas às comunidades abrangidas até chegar ao despacho do governador ou do ministro de Agricultura. Toda esta burocracia complica as nossas actividades” – apontaram, agastados, os madeireiros.

Entretanto, o director provincial de Agricultura em Tete, Américo da Conceição, reconheceu o facto e disse que medidas correctivas serão tomadas o mais rapidamente possível, de modo a flexibilizar o processo.

“Eu vou trabalhar com os administradores para encontramos uma saída benéfica para ambas partes, pois a nossa intenção é de facto acelerarmos o processo de concessões florestais porque só assim é que vamos, de facto, punir os operadores de madeira desonestos na província, assim como no país em geral” – disse Américo da Conceição.

No encontro, os madeireiros foram detalhadamente explicados sobre a política de concessão florestal onde cada operador está autorizado a ter um contrato válido por 50 anos renováveis, sendo que a produção se destina prioritariamente ao abastecimento à indústria madeireira nacional, mediante um plano de maneio previamente aprovado.

De 2001 a 2011, foram no país autorizadas 179 concessões florestais, que ocupam uma área de cerca de seis milhões de hectares, ou seja, 26 porcento da área florestal produtiva em todo o território moçambicano e renderam ao Estado no ano passado pelas taxas de exploração florestal mais de 19.200 mil meticais e em impostos um pouco mais de 6.900 mil meticais.

As concessões florestais empregam uma mão-de-obra de 295 trabalhadores, dos quais quatro são estrangeiros.

Entretanto, de acordo com Cadre Zacarias, chefe dos Serviços de Florestas e Fauna Bravia na direcção de Agricultura em Tete, após a conclusão da exploração florestal num bloco, tomam-se medidas de mitigação que consistem na gradagem dos solos e fechos dos sulcos, com vista a rápida reposição da floresta destruída.

“De acordo com o plano de maneio de cada concessão, 30 por cento das melhores árvores com diâmetros superiores aos mínimos estipulados destinam-se a produção e conservação de sementes, onde depois as mudas são transportadas para os locais de plantio dentro da concessão florestal” – concluiu Cadre Zacarias.