Sociedade Saúde Partos institucionais reduzem em Mirate

Partos institucionais reduzem em Mirate

O número de partos institucionais tem vindo a reduzir de forma assustadora em Mirate, na sede do posto administrativo do mesmo nome, no distrito de Montepuez, a sul de Cabo Delgado, onde desde Janeiro a esta parte a maternidade local registou apenas 175 nascimentos, contra 403 do período homólogo do ano passado.
Partos institucionais reduzem em Mirate
Segundo Zainaba Fernando, técnica de saúde materno-infantil afecta naquela unidade hospitalar, a maternidade atende mensalmente apenas uma média de dois a quatro partos institucionais e a maior parte dos dias, aquela infra-estrutura vocacionada a atendimento de parturientes fica às moscas.

A fonte considerou que o número de partos institucionais que ali se registam, estão aquém das necessidades justificando que é devido às longas distâncias que separam aquele posto de saúde e as aldeias onde vive a maior parte da população. De acordo com a fonte, a aldeia mais distante de Mirate dista cerca de 60 quilómetros da sede do posto administrativo o que, na sua opinião, torna difícil a população sobretudo mulheres grávidas caminharem a pé, em virtude não haver meio de transporte para a evacuação das parturientes.

 Zainaba Fernando vaticinou que o número de partos pode vir a aumentar nos próximos dias com o apetrechamento da casa mãe-espera, tendo acrescentado que as mulheres grávidas poderão ir cedo à maternidade e serem ali internadas, esperando o dia do parto. Contudo, a nossa interlocutora acredita que a solução definitiva da fraca aderência seria a construção de mais duas unidades sanitárias em igual número de aldeias.

A fonte revelou que aquela maternidade registou no presente ano cerca de 157 partos que ocorreram na comunidade, contra 277 de igual período do ano passado. O registo de partos que são realizados fora da maternidade é feito quando algumas mães depois de darem à luz nas suas casas se dirigem à unidade sanitária para pesar os bebés, havendo casos em que algumas mães nunca chegam ao posto de saúde.

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“São poucas mulheres que dão parto na maternidade aqui em Mirate e a maior parte dão à luz na comunidade. Temos alguns registos dos partos que acontecem fora, pois há mães que depois do parto na comunidade aparecem aqui para pesar seus bebes e nós temos explicados sobre os riscos que correm quando dão parto em casa”- explicou Zainaba Fernando.

Por seu turno, Nandinho Mariha, técnico de medicina preventiva também afecto no posto de saúde de Mirate, é de opinião que sejam construídos mais dois postos de saúde nas localidades de Mararange e Chipembe, justificando que as duas aldeias são muito populosas e distam cerca de 20 a 30 quilómetros de Mirate, respectivamente. da sede do posto de Mirate.

“Sou de opinião que fossem construídos mais dois postos de saúde em Mararange e Chipembe com respectivas maternidades porque são distantes daqui. A população sempre se queixa disso quando me desloco em missão de serviço para lá. Penso que é justa esta preocupação porque uma vez construídas as unidades sanitárias nas duas aldeias iriam beneficiar também as aldeias circunvizinhas”-disse Mariha.

Na verdade, a preocupação das distâncias longas entre as aldeias e o posto de saúde de Mirate foi apresentada a Maria da Luz Guebuza, esposa do Chefe do Estado moçambicano, que recentemente visitou aquela região. Na aldeia Nacuca três mulheres queixaram-se à Primeira Dama do sofrimento a que estão votadas para dar parto seguro numa unidade sanitária.