A fonte considerou que o número de partos institucionais que ali se registam, estão aquém das necessidades justificando que é devido às longas distâncias que separam aquele posto de saúde e as aldeias onde vive a maior parte da população. De acordo com a fonte, a aldeia mais distante de Mirate dista cerca de 60 quilómetros da sede do posto administrativo o que, na sua opinião, torna difícil a população sobretudo mulheres grávidas caminharem a pé, em virtude não haver meio de transporte para a evacuação das parturientes.
Zainaba Fernando vaticinou que o número de partos pode vir a aumentar nos próximos dias com o apetrechamento da casa mãe-espera, tendo acrescentado que as mulheres grávidas poderão ir cedo à maternidade e serem ali internadas, esperando o dia do parto. Contudo, a nossa interlocutora acredita que a solução definitiva da fraca aderência seria a construção de mais duas unidades sanitárias em igual número de aldeias.
A fonte revelou que aquela maternidade registou no presente ano cerca de 157 partos que ocorreram na comunidade, contra 277 de igual período do ano passado. O registo de partos que são realizados fora da maternidade é feito quando algumas mães depois de darem à luz nas suas casas se dirigem à unidade sanitária para pesar os bebés, havendo casos em que algumas mães nunca chegam ao posto de saúde.
“São poucas mulheres que dão parto na maternidade aqui em Mirate e a maior parte dão à luz na comunidade. Temos alguns registos dos partos que acontecem fora, pois há mães que depois do parto na comunidade aparecem aqui para pesar seus bebes e nós temos explicados sobre os riscos que correm quando dão parto em casa”- explicou Zainaba Fernando.
Por seu turno, Nandinho Mariha, técnico de medicina preventiva também afecto no posto de saúde de Mirate, é de opinião que sejam construídos mais dois postos de saúde nas localidades de Mararange e Chipembe, justificando que as duas aldeias são muito populosas e distam cerca de 20 a 30 quilómetros de Mirate, respectivamente. da sede do posto de Mirate.
“Sou de opinião que fossem construídos mais dois postos de saúde em Mararange e Chipembe com respectivas maternidades porque são distantes daqui. A população sempre se queixa disso quando me desloco em missão de serviço para lá. Penso que é justa esta preocupação porque uma vez construídas as unidades sanitárias nas duas aldeias iriam beneficiar também as aldeias circunvizinhas”-disse Mariha.
Na verdade, a preocupação das distâncias longas entre as aldeias e o posto de saúde de Mirate foi apresentada a Maria da Luz Guebuza, esposa do Chefe do Estado moçambicano, que recentemente visitou aquela região. Na aldeia Nacuca três mulheres queixaram-se à Primeira Dama do sofrimento a que estão votadas para dar parto seguro numa unidade sanitária.