“Nós aqui nas Quirimbas, estamos a ser humilhadas pelo governo distrital, queremos ouvir de si o que podemos fazer para acabar com a pobreza porque temos pequenas actividades de geração de rendimentos e gostaríamos que tivéssemos financiamento do fundo dos “sete milhões”. Mas quando remetemos os projectos são chumbados sem explicação o que podemos fazer?”-questionou a Ancha Abdul Cadre, uma aldeã das Quirimbas.
Por seu turno, Casada Nkassar outra residente local que falou na referida reunião, queixou-se de estar a gastar muito dinheiro na elaboração de projectos para beneficiar de um financiamento do fundo dos “sete milhões” de meticais porque o governo distrital assim os orienta, no entanto quando os submete não recebe nenhuma resposta.
“Estamos a gastar muito dinheiro porque eles disseram que os projectos devem ser bem elaborados, manda-nos contratar jovens para elaborarem projectos e pagamos por isso, mas estranhamentos porque não nos dão resposta. Não sei o mal que fizemos ao administrador distrital porque é ele que faz tudo para não beneficiarmos deste fundo”-acusou Nkassar.
Num outro desenvolvimento, Nkassar pediu ao administrador para se explicar na reunião sobre as reais motivações que o levam a chumbar os projectos, quando sabem que anualmente o Estado aloca fundos para o financiamento de várias iniciativas locais.
“Se há algum problema que ele tem connosco deve-nos dizer hoje já que ele está aqui. Nós temos consciência de que o dinheiro do fundo distrital não é uma oferta, sabemos que é um empréstimo que queremos fazer e teremos que devolver, mas ele manda chumbar os nossos projectos de forma sistemática pelo menos devia nos dizer porque faz isso”, observou Nkassar.
Casada Nkassar, que disse pertencer ao conselho consultivo de Quirimbas, afirmou que não pode influenciar para aprovação dos projectos das mulheres da sua aldeia por uma questão de princípio.
Visivelmente preocupada com aquelas queixas da população contra o executivo distrital, Maria da Luz Guebuza explicou à população que não podia confundir atitudes de uma pessoa e imputar a culpa a todo o governo. “A prioridade do dinheiro dos sete milhões que eu saiba é para as mulheres com iniciativas de desenvolver projectos de redução de pobreza. Gostei muito por terem apresentado as vossas preocupações de forma franca, vou fazer chegar a quem de direito estas inquietações”-respondeu Da Luz Guebuza.
A Primeira Dama trabalhou durante seis dias em Cabo Delgado, tendo escalado sucessivamente os distritos de Montepuez, Ancuabe, Ibo e a cidade de Pemba. Na ocasião, realizou visitas a projectos beneficiários dos sete milhões desenvolvidos por mulheres, a centros de alfabetização de adultos e as escolinhas que albergam crianças.