Nacional Água rural não vai alcançar metas do milénio

Água rural não vai alcançar metas do milénio

O nosso país não irá alcançar as metas do milénio no que se refere ao abastecimento de água rural em resultado da recente alteração dos parâmetros de cobertura de uma fonte para 300 habitantes contra os 500 anteriores.
Água rural não vai alcançar metas do milénio
A meta do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio aponta para a necessidade de reduzir para metade a proporção de pessoas sem acesso à água potável segura até 2015.

De acordo com Julieta Felicidade Paulo, Chefe do Departamento de Água Rural na Direcção Nacional de Águas, considerando a mobilização de recursos que tem sido feita e o forte apoio do fundo comum o nosso país não estará distante deste objectivo.

Para tanto, diversas iniciativas têm sido direccionadas para a melhoria do abastecimento de água e saneamento nas zonas rurais.

Para este ano, segundo Julieta Paulo, existe a previsão da conclusão de dois pequenos sistemas de abastecimento de água para Catuane, que já está praticamente concluído e de Goba, que está em fase de conclusão.

O pequeno sistema de Goba vai beneficiar 3000 pessoas, mas está equipado com uma capacidade para atender mais tendo em conta o crescimento da população. Por seu turno, o de Catuane está equipado para 2500 pessoas.

Os dois projectos estão orçados em 23 milhões de dólares e iniciaram no ano passado com previsão de conclusão este ano, num contrato de sete meses. No caso de Goba, segundo a fonte, houve uma pequena alteração para assegurar um abastecimento de água fiável e o projecto alastrou-se por mais quatro meses. O Ministro das Obras Públicas e Habitação, Cadmiel Muthemba, esteve recentemente em Goba e congratulou-se com os esforços em curso naquele ponto do país para providenciar água para a população.

Para além destes dois projectos na província de Maputo, estão a ser instalados outros três sistemas na província de Gaza, nomeadamente em Mabalane, Nhacutse e Malehice para além dos de Mopeia e Ile na Zambézia cada um com uma capacidade média de abastecer entre 4000 e 5000 pessoas.

“Temos sistemas grandes como o de Mabalane, onde temos a previsão de mais de cinco mil pessoas, mas a média é de 4000 a 5000 pessoas servidas nestes cinco projectos, sempre com a capacidade de expandir para um pouco mais. Há sistemas que não fazem parte da gestão rural que são de médio e grande porte que serão assegurados através duma nova instituição em fase de consolidação”, disse a nossa fonte.

A filosofia dos pequenos sistemas que estão a ser promovidos pelo Departamento de Água Rural é responder às necessidades das zonas com aglomerados populacionais considerável e que tem uma perspectiva de expansão económica.

Pretende-se que estes pequenos sistemas, que incluem ligações de água aos domicílios, sejam geridos duma forma privada para assegurar a sustentabilidade dos mesmos. Neste sentido, terá de haver uma comparticipação da população.

“O sector está a crescer. Estamos a fazer o abastecimento de água com fontes dispersas há cerca de 20 anos. A demanda naturalmente aumentou a nível rural. A população também se organizou naturalmente de forma diferente e o Governo tem de responder à nova realidade”, disse.

Para este ano estão planificadas 1700 novas fontes dispersas financiadas através do Fundo Comum e doutros parceiros do sector, para além da comparticipação do Governo.