Quinta-feira a tarde, panfletos distribuídos nas mesquitas da capital económica tanzaniana apelavam aos fiéis à manifestar-se em diversos pontos da cidade à saída da oração de sexta-feira, contra a intimidação aos muçulmanos, a detenção dos seuss
dirigentes, a tortura e o espancamento de centenas de muçulmanos pela polícia.
Paralelamente hoje, um importante desdobramento policial em Zanzibar, a principal cidade do arquipélago semi-autónomo do mesmo nome, dissuadiu os fiéis de se manifestar como tinham previsto à saída da oração semanal, segundo um jornalista da AFP.
Um notável muçulmano, Cheikh Ponda Issa Ponda, secretário das Instituições Islâmicas, organização não reconhecida pelas autoridades tanzanianas foi detido quarta-feira e acusado no dia seguinte, com 49 apoiantes, com crime de incitação à violência, instigação criminal e roubo, depois vandalismo de igrejas durante a violência de 11 a 12 de Outubro em Dar es Salaam.
Segundo a polícia e as autoridades municipais, essa violência eclodiu quando se espalhou o boato de que um menino de 12 anos tinha urinado sobre o Corão de um camarada muçulmano.
Estima-se que pelo menos um terço dos mais de 40 milhões de tanzanianos sejam muçulmanos, nomeadamente quase a totalidade dos zanzibarienses.