Algumas delas foram desposadas pelo curandeiro, segundo Nacima Figia, coordenadora nacional da Educação da organização não-governamental britânica Save The Children, que esteve à frente do processo de libertação das raparigas com a intervenção directa da Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO).
Depois da libertação, as raparigas foram submetidas a exames médicos para se saber se foram ou não contaminadas por doenças de transmissão sexual “e a resposta só está com a Saúde que as submeteu à observação”, indicou, respondendo a uma pergunta sobre se elas terão ou não sido contaminadas ao longo destas relações sexuais forçadas pelo médico tradicional.
“O que mais nos interessou e nos obrigou a fazer pressão foi a libertação das raparigas para voltarem à escola, pois tinham sido forçadas a abandoná-la”, observou a coordenadora nacional da Educação da Save The Children britânica.
Os valores monetários em dívida não foram revelados pela informante, sabendo-se apenas que as negociações para libertação do grupo culminaram com compromissos dos pais em liquidar às dívidas à medida do possível, podendo ser pela entrega de produtos alimentares agrícolas ou através da prestação de trabalhos nas áreas agrícolas do curandeiro pelos pais e/ou filhos deles, segundo ainda Nacima Figia.
Esta intervenção da Save The Children esteve integrada no quadro das acções levadas a cabo por aquela organização para desenvolver nos membros da comunidade a consciência da importância da educação para as raparigas e combinar a promoção da educação da rapariga, proporcionando-lhe oportunidade de emprego.
A Verdade