Sociedade Saúde Continuam altos os casos de cancro de colo de útero em Maputo

Continuam altos os casos de cancro de colo de útero em Maputo

A Cidade de Maputo continua a registar um elevado nível de casos de cancro do colo do útero, com uma média de 200 novas infecções a serem notificados anualmente nas poucas unidades sanitárias que lidam com esta doença. 
Continuam altos os casos de cancro de colo de útero em Maputo
A informação foi dada pela directora de Saúde da Cidade de Maputo, Páscoa Wate, que afirmou que os casos de cancro do colo do útero mantêm-se altos e inalteráveis a nível da capital do país.

Wate explicou que este nível de prevalência deve-se ao facto de os sintomas do cancro do colo do útero, também chamado cancro cervical, não serem visíveis no estágio inicial da doença e como a mulher não sente dores não vê necessidade de procurar um hospital.

“Nos últimos três anos, registamos 200 casos de cancro de colo de útero nos nossos seis centros de Saúde que fazem o rastreio deste tipo de doença. Em quase todas as situações, os pacientes chegam já em estado crítico porque a doença não tem uma sintomatologia detectável”, explicou Páscoa Wate.

No entanto, de acordo com a directora de Saúde da Cidade, esta situação já não se verifica em relação ao cancro da mama, cujas informações apontam para a redução de número de casos registados nos últimos três anos.

Com efeito, de 2009 a 2010, o Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade sanitária do país, registou entre 80 e 100 casos de cancro da mama, número que reduziu para 50 casos no ano passado, só na cidade de Maputo.

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“É provável que a redução de casos de cancro de mamã possa ser resultado da adesão das doentes aos serviços de aconselhamento, o que lhes impulsionam a procurar os hospitais para o rastreio logo que observam sinais sintomáticos da doença”, disse Páscoa Wate, acrescentando que entre os sintomas pode se destacar a ocorrência de secreções ou sangue saindo pelo mamilo ou mesmo caroços no interior da mamã.

Para continuar a controlar esta doença, a nossa interlocutora disse que as autoridades de Saúde, na capital, aconselham todas as mulheres a partir dos 24 anos de idade para fazerem o rastreio regular do cancro do colo do útero, de dois em dois anos, e a auto-avaliação do cancro da mama para saberem detectar anomalias no organismo.

No entanto, nem todas as mulheres têm acesso fácil aos serviços de rastreio de cancro da mama e do colo do útero, uma vez que a maioria das unidades sanitárias não atende estes casos. Na capital, por exemplo, este serviço é prestado nos centros de Saúde de Bagamoyo, Chamanculo, José Macamo, Polana-Caniço, 1º de Junho e Zimpeto e ainda nos hospitais gerais da cidade, para além do Hospital Central de Maputo (HCM), onde se presta um tratamento dos casos mais complexos destas doenças.

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