Este facto foi revelado recentemente pelo Ministro da Energia, Salvador Namburete. O governante disse que o crescimento das necessidades que o país tem em termos de energia eléctrica resultante do aumento do acesso e das actividades económicas requer disponibilidade adicional, através da implementação de novos projectos.
Sem indicar valores que serão necessários, nem o início das obras da referida segunda linha de transporte de energia para a zona de Nacala, o ministro veio uma vez mais reafirmar a necessidade de edificar ainda duas barragens hidroeléctricas sobre os rios Lúrio e Malema para reforçar a capacidade de fornecimento à região.
Destacou igualmente, o registo de um aumento significativo do uso de energia eléctrica nas zonas urbanas e peri-urbanas, bem como a importação para os países vizinhos, contribuindo, deste modo, para a mitigação da crise energética, realçando ainda os progressos que o sector registou no âmbito da electrificação rural, o que permitiu atingir a taxa de acesso de 36 por cento, ou seja, três milhões de cidadãos que beneficiam de sistemas isolados, baseados fundamentalmente em painéis solares.
“Aliás, notámos no decurso das nossas discussões que as energias renováveis são uma das soluções para a electrificação rural que tem contribuído para a melhoria das condições de vida das populações que vivem em zonas distantes”, disse Namburete, para quem estas realizações transportam consigo desafios que têm a ver com a qualidade de energia que se fornece aos consumidores, que passa pelo reforço da capacidade da rede eléctrica centro-norte, Maputo-Lindela, construção de novas centrais e acções de manutenção preventiva.
Nesse sentido, de acordo com o ministro, o sector vai prosseguir com acções visando a materialização dos projectos de geração e transporte de energia eléctrica, incluindo a harmonização dos planos de implementação dos mesmos de modo a registar mais progressos na sua execução em tempo útil para fazer face às necessidades domésticas e à escassez na região da SADC.
Num outro desenvolvimento, Salvador Namburete, debruçou-se sobre o descobrimento de recursos energéticos para quem, tal facto não pode “a priori” significar disponibilidade para o seu respectivo uso pela população, havendo, por isso, necessidade de trabalhar com as empresas que fizeram as descobertas para que iniciem a sua exploração.
“A par deste trabalho, existe também a necessidade de fazermos as pessoas compreenderem que os lucros a advirem dessa exploração dos recursos vai levar muito tempo, pois são avultadas somas de investimentos que essas empresas empregam, cujo retorno leva também muito tempo. Precisamos de ter a participação de moçambicanos nestes empreendimentos, o que passa igualmente pela sua formação nas mais variadas áreas e níveis”, observou.