Entretanto, mesmo com o presente plano de compra o défice de carteiras nas escolas moçambicanas, principalmente nas do Ensino Primário, continuará agudo e sem perspectiva de solução à vista.
As cerca de 13 mil unidades para acomodar os alunos durante as aulas deverão ser entregues em dois lotes, subdivididos em oito sub-lotes, de acordo com uma nota do MINED publicada recentemente.
Aos concorrentes a autoridade contratante informa que a selecção do fornecedor terá em conta, para além do preço, a evidência documental que prove a experiência e capacidade técnica para a execução do trabalho, posse de certificação standard internacional na área de mobiliário escolar e viabilidade financeira e de liquidez adequados para a execução do contrato.
Em Agosto último o MINED anunciou que precisa de pelo menos 150 milhões de dólares norte-americanos para adquirir um milhão de carteiras e resolver em definitivo o problema da falta de mobiliário escolar para os alunos.
Eugénio Maposse, director nacional adjunto de Planificação e Cooperação para a Área das Construções e Equipamento Escolares no MINED, caracterizou o cenário como de emergência para a instituição. Acrescentou que a ideia é resolver o problema nos próximos dois anos.
Com a concretização deste projecto, cujos fundos ainda não foram alocados, milhares de alunos deixariam de estudar nas actuais difíceis condições, em que ainda se sentam no chão.
Mesmo assim, segundo apontou, estão a ser alocados recursos financeiros a nível central para que se realizem concursos internacionais de aquisição de carteiras. Paralelamente, está a ser canalizado dinheiro às províncias para que estas seleccionem empreitadas localmente para fornecer carteiras.
A fonte apontou que existe uma percepção de que o país possui muita madeira, mas sublinhou que o sector nacional de transformação de madeira é fraco ou quase inexistente.
“O papel do MINED não é fazer carteiras, mas sim comprar. Se o país tivesse condições ou uma indústria com capacidade para transformar a madeira em bruto acreditamos que resolveríamos sem grandes sobressaltos a problemática da falta de carteiras. Como isso não acontece continuamos a trabalhar para encontrar as melhores soluções”, rematou.