Na ocasião, Paulino constatou que alguns reclusos têm as suas penas expiradas e deviam, há muito tempo, ter sido libertados. Aliás, esta situação acaba sendo um paradoxo, tendo em conta que este estabelecimento prisional está superlotado. Ou melhor, foi concebido para cerca de 800 pessoas, mas, neste momento, conta mil reclusos a mais. Ou seja, conta com 1 865 presos.
Na verdade, o paradoxo da superlotação daquela Cadeia é um fardo para o Estado. Neste momento, por exemplo, aqueles reclusos gastam cerca de 800 quilos de arroz por dia, incluindo outras das mais diversificadas despesas que tem a ver com a gestão dos reclusos.
Paulino, como sempre, não deu entrevista aos jornalistas. Coube ao procurador-geral-adjunto, Alberto Paulo, fazer o papel de porta-voz da procuradoria. Assim, Paulo explicou ainda que, para além da superlotação, o outro dilema que apoquenta aquela cadeia tem a ver com a inobservância dos prazos de prisão preventiva.
Dos 1 865 reclusos, 884 estão em prisão preventiva e metade destes está com prazos de prisão preventiva ultrapassados.
Por outro lado, há lentidão na tomada de decisão ou no que concerne às respostas dos pedidos de liberdade condicional. Paulo diz que há uma necessidade de se melhorar a comunicação entre os reclusos, a polícia e a própria procuradoria, como forma de evitar situações idênticas às que se registam.