Nacional Carne bovina comercializada na província de Maputo pode ser nociva à saúde

Carne bovina comercializada na província de Maputo pode ser nociva à saúde

Carne bovina comercializada na província de Maputo pode ser nociva à saúde
Os cerca de 31.400 bovinos abatidos, anualmente, para comercialização da sua carne na província de Maputo não têm sido antes inspeccionados pelas autoridades veterinárias moçambicanas para se aferir a sua qualidade para consumo humano, alerta o Ministério da Agricultura (MINAG), frisando que aquela situação “põe em risco a saúde pública”.

Mais de metade (55%) daquele universo de bovinos abatidos vem de diferentes regiões das províncias de Gaza e Inhambane, transportados por pequenos operadores informais, ainda segundo a mesma fonte, salientando que “muitas vezes os animais são abatidos fora dos matadouros, o que propicia o consumo de carne não inspeccionada”.

As províncias da Zambézia e Nampula figuram também na lista das regiões moçambicanas onde ocorrem elevados índices de consumo de carne bovina não inspeccionada, de acordo ainda com o MINAG, acrescentando que o crescimento do sector pecuário no país tem estado a impulsionar a dinâmica do comércio informal interprovincial de bovinos.

Aquela situação propicia o alastramento de doenças como febre aftosa, gripe aviária, peste de pequenos ruminantes, peste suína africana, newcastle e ainda febre do Vale do Rift, no entender igualmente do Ministério da Agricultura contido no seu programa estratégico para o período 2012/2017.

Fraqueza

Entretanto, aquele departamento estatal reconhece que uma das principais lacunas dos Serviços Nacionais de Veterinária é a “falta de pessoal técnico qualificado, equipamento e meios de trabalho para levar a cabo o seu mandato”.

A mesma instituição acrescenta que, nos últimos 10 anos, os laboratórios provinciais de Veterinária “perderem a sua capacidade de diagnóstico, enquanto aumentam os efectivos pecuários no país”.

Refira-se que devido ao programa de repovoamento pecuário em curso desde o fim do conflito armado, envolvendo o Governo da Frelimo e a antiga guerrilha da Renamo, em 1992, o gado bovino cresceu de 239 mil cabeças, em 1994, para mais de 1,2 milhão de cabeças até 2010, segundo ainda o MINAG, realçando, entretanto, que, apesar daquele crescimento, parte significativa da carne, leite e ovos consumida no país ainda é importada.