Sociedade Educação Cinco dos 45 estudantes moçambicanos já se encontram no país

Cinco dos 45 estudantes moçambicanos já se encontram no país

O Parlamento Juvenil, uma Organização Não Governamental juvenil, foi, à última hora, ao aeroporto recolher os jovens que se encontravam desamparados, sem alimentação nem local para hospedagem, uma vez que, à sua chegada, ninguém os quis receber, nem o governo nem os promotores da ida deles a Sudão.
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Partiram de Moçambique à busca de um sonho (formar-se numa universidade estrangeira), mas, muito cedo, o mesmo tornou-se um pesadelo! Eram 45 estudantes moçambicanos em formação na Universidade Internacional de África no Sudão.

Tudo começou quando decidiram escrever cartas ao governo moçambicano, denunciado o alegado abandono e falta de assistência para suportar as despesas da academia. As referidas cartas foram endereçadas ao executivo moçambicano através do Instituto de Bolsas, Ministérios da Educação e da Justiça.

Porém, em Moçambique, quando os alegados responsáveis pela facilitação das referidas bolsas, nomeadamente, Yussufo Fábula, Tayob Cadango, Tembo Luís e Adamo, receberam as referidas cartas, terão alegadamente  traduzido o seu conteúdo em árabe e reenviado as mesmas para a universidade sudanesa.

Este facto terá sido a ponta do “iceberg”, pois o conteúdo das cartas não agradou a reitoria, tendo alegado que os estudantes moçambicanos difamaram a instituição e as suas regras de funcionamento, ao descreverem, na sua missiva, a situação que se vive no seio dos discentes daquela instituição de ensino superior que acolhe jovens de quase todos os cantos do mundo.

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A resposta, que não tardou a chegar, foi pela medida dura. A reitoria da Universidade Internacional de África decidiu expulsar e repatriar os cinco estudantes que chegaram a Maputo na tarde desta quinta-feira.

 A REVELAÇÃO

As cartas enviadas a Maputo pelos estudantes revelavam um cenário dramático e tinham como subscritores 24 dos 45 bolseiros moçambicanos naquele país. Os jovens estudantes afirmavam que dos 45 estudantes apenas 15 é que beneficiavam, efectivamente, de bolsas, pois os restantes 30 tinham de fazer das “tripas o coração” para continuarem com os estudos. Assim, eram obrigados a fazer trabalhos domésticos nas residências de particulares a fim de sustentar os seus estudos. Uns eram jardineiros, empregados domésticos, pintores, entre outras actividades. O único dinheiro, que dizem ter recebido, foi antes da viagem. Eram 300 dólares, destinados ao pagamento de visto de estadia, inscrição no Instituto de Línguas e análise de HIV. Qualquer estudante que acusar HIV positivo é, imediatamente, deportado para o seu país de origem, tal como acontece com qualquer outra pessoa estrangeira que lhe é diagnosticada hepatite B.