O edifício Vila Algarve, que serviu como prisão da PIDE durante o período colonial e se encontra em estado de degradação, será convertido em um museu-hotel, conforme anunciou o Governo moçambicano. A informação foi divulgada através de um comunicado consultado pela Lusa.
O projecto de requalificação do edifício foi adjudicado à empresa Giluba-Lin, que ficará responsável pela elaboração, requalificação e exploração da nova actividade museu-hotel. Esta transformação está prevista num concurso que será realizado em duas etapas.
Localizado no cruzamento das avenidas dos Mártires de Machava e Ahmed Sekou Touré, no centro de Maputo, o edifício foi construído em 1934 e ampliado em 1950. Actualmente, todas as entradas estão entaipadas, evitando a ocupação por pessoas em situação de sem-abrigo, algo que já ocorreu em anos anteriores.
O Vila Algarve é um imóvel classificado como Património de Interesse Arquitectónico e carrega consigo histórias sombrias do colonialismo, uma vez que foi utilizado pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado como local de tortura durante a luta pela independência de Moçambique. O poeta José Craveirinha retractou estas experiências traumáticas em suas obras, incluindo “Não sei se é uma medalha” e “Vila Algarve”.
Desde a independência proclamada em 25 de Junho de 1975, o edifício tem sido marcado pelo abandono e degradação. Tentativas anteriores de utilização do espaço, incluindo propostas da Ordem dos Advogados de Moçambique e do ex-presidente Joaquim Chissano, não tiveram sucesso. O futuro projecto do museu-hotel marca uma nova fase para um local que tem sido um símbolo de memória e resistência na história do país.















