A Electricidade de Moçambique (EDM) anunciou que está a gerir um portefólio de projectos superior a 700 milhões de dólares, focado no transporte e na distribuição de energia no país.
A empresa está igualmente a investir na construção de novas centrais de geração de energia, com o objectivo de promover a industrialização e o crescimento económico de Moçambique. Luís Mado, director de Transporte da EDM, informou que a empresa despende anualmente cerca de 50 milhões de dólares para manter a sua base de clientes e assegurar a estabilidade da rede eléctrica.
“A EDM possui uma vasta carteira de projectos. Para garantir a manutenção dos clientes e algumas expansões, investimos anualmente cerca de 50 milhões de dólares,” explicou Mado durante uma entrevista à AIM.
Com o apoio do Governo e de parceiros internacionais, a EDM está a desenvolver projectos de transportes e distribuição que visam reforçar a rede eléctrica interna e facilitar a interligação com países vizinhos, permitindo assim a exportação de energia. Um dos projectos em destaque é a linha de interconexão com o Malawi, cuja construção está a decorrer e deverá estar concluída ainda este ano.
“Estamos a implementar vários projectos de transporte e distribuição que fortalecerão a rede eléctrica e garantirão a ligação com os países vizinhos. A linha para o Malawi é um marco que esperamos concluir até ao final deste ano,” sublinhou o responsável.
No que diz respeito à geração de energia, a EDM aposta em centrais estruturantes como a Central de Temane, localizada na província de Inhambane, com uma capacidade de 450 megawatts (MW). Esta central já se encontra na fase final de construção.
“A Central de Temane sofreu alguns atrasos devido ao ciclone Idai, mas as obras já foram retomas. A linha de transmissão associada está concluída e a central deverá começar a injectar energia muito em breve,” afirmou Mado.
Outro projecto de grande relevância é a hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa, que se prevê acrescente 1.500 MW à matriz energética nacional e seja crucial para satisfazer a crescente demanda industrial e de exportação.
“A nossa meta é garantir que projetos como Mphanda Nkuwa se concretizem nos próximos cinco a seis anos. A falta de ação poderá levar o país a enfrentar um déficit energético,” alertou o diretor da EDM.
A empresa reconhece ainda a dificuldade em antecipar a instalação de novas indústrias, que muitas vezes surgem antes da disponibilização da rede elétrica. “Atualmente, as indústrias instalam-se primeiro e somente depois é que levamos energia. Este cenário precisa de uma alteração. É imperativo que, ao chegada das empresas, a eletricidade já esteja disponível,” defendeu Mado.
A necessidade de aumentar a competitividade foi hoje igualmente enfatizada, visando a redução de custos para os consumidores e a garantia de energia a preços sustentáveis. “A nossa interação com os produtores privados foca-se em garantir tarifas competitivas. Apenas assim poderemos oferecer energia acessível que promova o crescimento industrial,” concluiu.
Neste momento, a EDM opera nove centrais elétricas, com várias outras em fase de estruturação e busca de financiamento. A expansão na geração de energia deve acompanhar o crescimento da demanda gerada pela rápida industrialização e electrificação rural que Moçambique enfrenta. “Os tempos mudaram e agora é imperativo que novas centrais comecem a operar com maior agilidade, em resposta ao desenvolvimento do país,” finalizou o diretor.