A Ministra do Trabalho, Género e Acção Social, Ivete Alane, destacou a importância da autonomia e do empoderamento económico das mulheres como elementos cruciais para o desenvolvimento sustentável de Moçambique.
A declaração foi feita durante a abertura da 3ª Conferência Mulheres na Economia, realizada hoje na capital moçambicana.
Sob o lema “Forjando Caminhos e Alternativas para Autonomia e Resiliência Económica das Mulheres”, o evento, organizado pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), reúne diversas personalidades e entidades que buscam promover a igualdade de género no ambiente económico.
Ivete Alane apontou que as mulheres constituem 52 por cento da população do país e representam 83 por cento da força de trabalho na agricultura familiar, desempenhando um papel fundamental na segurança alimentar e no sustento de muitas famílias. No entanto, apenas entre 10 a 15 por cento têm acesso ao Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT), limitando a sua capacidade de independência económica.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mais de 60 por cento das mulheres trabalham no sector informal, enfrentando barreiras significativas no acesso a financiamento, tecnologia e mercados formais. “Estes números evidenciam que, apesar de serem a espinha dorsal da produção nacional, as mulheres não recebem uma parcela justa dos benefícios económicos, reforçando a necessidade de políticas que corrijam estas desigualdades,” sublinhou a ministra.
A governante mencionou que o Governo moçambicano, sob a liderança do Presidente Daniel Chapo, incluiu no Programa Quinquenal 2025-2029 a promoção dos direitos e bem-estar de mulheres e raparigas como uma das suas principais prioridades. Este programa ambiciona empoderar as mulheres em situação de vulnerabilidade, fomentar condições que favoreçam o empreendedorismo feminino e integrar a perspectiva de género nas políticas públicas.
A conferência serve como uma plataforma estratégica para a partilha de experiências, fortalecimento de redes femininas e formulação de propostas concretas para um financiamento inclusivo. O evento conta com a participação de representantes do governo, parceiros de cooperação, sector privado, sociedade civil e instituições académicas, estando sob a patronagem de Graça Machel, Presidente da FDC.