O novo secretário-geral do Partido Socialista (PS), José Luís Carneiro, alertou que a legislação proposta pelo Governo da Aliança Democrática (AD), liderado por Luís Montenegro, que visa aumentar as restrições à imigração e ao acesso à nacionalidade portuguesa, não contará com o apoio dos socialistas.
Na audiência que teve com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, Carneiro expressou a disponibilidade do PS para um diálogo construtivo com o Executivo, mas reafirmou que não apoiará alterações que comprometam os “alicerces do Estado social”.
O novo líder do PS, que assumiu funções no passado sábado, foi recebido pelo chefe de Estado, onde manifestou a intenção de colaborar em áreas como o aperfeiçoamento do sistema de Justiça, o Sistema de Segurança Interna e o aumento do investimento em Defesa através de um plano estratégico que valorize a dimensão industrial militar.
Contudo, Carneiro enfatizou que quaisquer investimentos não devem comprometer a sustentabilidade social, a coesão territorial e económica. Esta linha vermelha, segundo o secretário-geral, reafirma o compromisso do PS em opor-se a tudo o que coloque em risco o Estado social.
Antes da audiência, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou interesse em ouvir as opiniões de Carneiro sobre as propostas orçamentais do Estado. O novo líder socialista, por sua vez, sublinhou que as propostas legislativas actualmente em debate no Parlamento não têm condições para receber o voto favorável do partido.
Os socialistas defendem que os cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) devem ter acesso a um tratamento recíproco, semelhante aos benefícios que os portugueses usufruem nesses países. Contudo, Carneiro deixou claro que algumas dimensões da proposta não serão aceites pelo PS.
Enfrentando um desafio considerável na sua nova função, José Luís Carneiro comprometido a trabalhar com todos os sectores, distanciando-se do que considera serem práticas políticas meramente focadas na imagem. O nuevo líder socialista promete uma abordagem ponderada, marcada pelos valores e princípios do partido, afastando-se da “política-espectáculo”.