O grupo islamista palestiniano Hamas anunciou a troca de listas de prisioneiros a serem libertados com Israel, no âmbito das negociações que decorrem no Egito desde segunda-feira.
O líder do Hamas, Taher al-Nounou, comunicou à agência de notícias AFP que existe um “espírito de optimismo” nas conversações.
Nounou referiu-se aos reféns mantidos em Gaza, levados de Israel durante os ataques terroristas de 7 de Outubro de 2023, e aos palestinianos detidos em Israel, que poderão fazer parte deste acordo, que deve entrar em vigor com a trégua.
Os mediadores egípcios e qatarienses estão a trabalhar intensamente para ultrapassar quaisquer obstáculos à implementação das diversas fases do cessar-fogo. O líder do Hamas afirmou que as negociações indirectas, com a participação de todas as partes envolvidas, continuam em Sharm el-Sheikh, uma estância balnear no Sinai.
As discussões concentram-se nos mecanismos para o término da guerra, na retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza e na libertação de 48 reféns detidos pelo Hamas, vivos e mortos, em troca da libertação de centenas de palestinianos por Israel. Esta proposta está alinhada com o plano apresentado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
Uma fonte palestiniana que conversou com a agência EFE indicou que os representantes do Hamas sublinham a necessidade de garantias e supervisão eficaz para assegurar que Israel cumpra os termos de qualquer possível acordo, nomeadamente no que diz respeito à cessação das operações militares e à retirada das suas forças da Faixa de Gaza.
Na terça-feira, data que marcou o segundo aniversário dos ataques do Hamas em solo israelita, o porta-voz Fawzi Barhoum reiterou que um acordo só será viável se a guerra terminar de forma definitiva e se Israel abandonar o território palestiniano.
A primeira fase do plano de Trump, que se centra nas negociações em curso no Egito, prevê a troca de reféns e inclui a desmilitarização da Faixa de Gaza, bem como a possibilidade de futuras negociações sobre um Estado palestiniano, uma ideia que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já rejeitou.
Uma equipa de negociação norte-americana, liderada pelo enviado especial de Trump para o Médio Oriente, Steve Witkoff, também deverá participar nas conversas.