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Empresários de Cabo Delgado exigem retoma de escoltas militares para travar extorsões nas estradas

O sector empresarial de Cabo Delgado manifestou a necessidade urgente de reinstituir escoltas militares nas estradas mais críticas da província, face ao aumento alarmante das cobranças ilegais por parte de grupos armados e aos frequentes casos de raptos nas vias do norte do país.

Mamudo Irache, presidente do Conselho Empresarial de Cabo Delgado, fez estas declarações após uma reunião com representantes do Governo provincial na terça-feira (15). Irache destacou que os troços entre Macomia e Oasse, áreas anteriormente afectadas por ataques terroristas, são os que registam maior incidência de imposições para a circulação de pessoas e mercadorias.

O empresário, citado pela TV Miramar, revelou que desde o início do ano foram contabilizadas, apenas nesse percurso, pelo menos 104 viaturas interceptadas. As taxas exigidas pelos insurgentes para a autorização de circulação de veículos variam entre 200 mil e 350 mil meticais.

“Imagina se você não tem o dinheiro, a viatura vai em cinza”, lamentou Irache.

De acordo com uma publicação do portal Ikweli, no passado sábado (12), os insurgentes exigiram o pagamento de taxas no troço entre Macomia e Oasse para a liberação de barricadas. Cidadãos que se deslocavam em viaturas de serviços semi-colectivos foram igualmente feitos reféns, com os motoristas a serem cobrados em valores fixados em 50 mil meticais por cada veículo.

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Mamudo Irache ainda sublinhou que, para além das extorsões, os grupos armados têm intensificado os raptos nas estradas, afirmando que a retirada das escoltas militares contribuiu para o aumento da insegurança.

“Pedimos a retoma da escolta, este é o primeiro ponto. Com a retoma da escolta, os empresários sentiriam-se mais seguros”, apelou, enfatizando também a importância de estabelecer posições militares permanentes nas áreas identificadas como de risco.