O Niassa Lion Project, uma organização envolvida em iniciativas ambientais na Reserva Especial do Niassa, anunciou que dois dos seus colaboradores permanecem desaparecidos após um ataque terrorista ocorrido há um mês.
Este incidente devastou as instalações da zona de caça de Kambako, supostamente perpetrado pelos mesmos terroristas islâmicos que têm atacado várias localidades da província de Cabo Delgado.
Kambako, embora situado na reserva do Niassa, localiza-se territorialmente em Cabo Delgado, nas proximidades dos distritos de Meluco, Montepuez e Mueda. Durante a invasão, os insurgentes tomaram várias pessoas como reféns, além de provocar danos significativos à infraestrutura local.
Através de uma mensagem publicada na sua conta de Facebook, o Niassa Lion Project revelou que “dois dos nossos funcionários continuam desaparecidos, após o primeiro ataque terrorista.” A organização informou que estão a ser realizados esforços para localizar os desaparecidos, enquanto outro colaborador se encontra a receber assistência médica no hospital.
Adicionalmente, a organização garantiu que as famílias das vítimas e daqueles que perderam a vida estão a receber o apoio necessário. “Os nossos dois escuteiros, Pires e Carlitos, permanecem em nossos pensamentos, assim como as famílias que perderam um pai, irmão, filho ou marido”, pode ler-se na nota.
O Niassa Lion Project considerou prematuro o regresso ao Centro Ambiental de Mariri, uma vez que existem indícios da continuidade das atividades insurgentes nas florestas circundantes. “Muitas pessoas perguntam quando será possível o regresso ao Centro Ambiental de Mariri e às nossas casas.
Os edifícios ainda se encontram de pé, mas, lamentavelmente, a situação continua perigosa. Os insurgentes continuam ativos na parte leste da Reserva Especial do Niassa e as forças militares mantêm uma presença constante, com registo de novos confrontos e perdas de vidas”, afirmou a organização.
Em resposta à situação, o Niassa Lion Project anunciou a criação de um escritório temporário na capital do distrito de Mecula, dando prioridade à organização da retoma de atividades e assegurando que os 57 estudantes beneficiários de bolsas de estudo possam concluir a sua formação técnica.
A Reserva Especial do Niassa alberga seis zonas de caça sob gestão de empresas privadas, sendo Kambako um dos maiores operadores de caça em Moçambique.