Um juiz federal decidiu que a Casa Branca deve restabelecer imediatamente o acesso total da agência de notícias Associated Press (AP), que havia sido suspenso durante dois meses.
Esta medida surge após a agência ter sido impedida de entrar na Sala Oval e no avião presidencial “Air Force One” em Fevereiro, em consequência da sua recusa em adoptar o novo nome do Golfo do México, alterado para “Golfo da América” por uma ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump.
O juiz distrital Trevor McFadden, nomeado por Trump, proferiu que a exclusão da AP constituía uma violação da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que assegura a liberdade de expressão e de imprensa. McFadden salientou que, ao abrir as portas da Casa Branca a determinados jornalistas, o governo não pode, por motivos de opinião, fechar essas mesmas portas a outros profissionais da comunicação.
“Sob a Primeira Emenda, se o Governo abre as suas portas a alguns jornalistas – seja na Sala Oval, na Sala Leste ou em qualquer outro lugar – não pode então fechar essas portas a outros jornalistas devido aos seus pontos de vista”, afirmou McFadden, segundo o portal Político. O juiz qualificou a discriminação da Casa Branca contra a AP como “descarada”, sublinhando que, mesmo em espaços altamente restritos, tal discriminação é inaceitável para eventos que não sejam entrevistas formais.
Este desfecho surge no contexto de tensões crescentes entre a Casa Branca e a Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA), que representa cerca de 900 jornalistas. Na semana passada, a Casa Branca foi alvo de críticas por uma tentativa de controle sobre a distribuição dos lugares limitados na sala de imprensa. O portal Axios informou que o governo considerava alterar a disposição dos 49 lugares na sala de conferências, o que garantiria um assento fixo a determinados jornalistas e a possibilidade de colocarem questões aos assessores de imprensa ou ao próprio presidente.
Historicamente, a WHCA tem sido responsável por determinar a disposição dos lugares na sala de imprensa, garantindo que os jornalistas das principais redes de televisão, agências de notícias, jornais e estações de rádio ocupem as primeiras filas, enquanto outros meios de comunicação têm acesso às filas posteriores ou à rotatividade dos lugares.