O Ministro da Saúde de Moçambique, Ussene Isse, manifestou a sua preocupação com a greve que afeta o sector, descrevendo-a como um “desastre”.
Durante uma intervenção em Gaza, Isse apelou ao diálogo entre os profissionais de saúde e o Governo, enfatizando a necessidade de não interromper os serviços básicos que atendem à população.
“Uma greve na saúde é um desastre. […] O meu pedido aos colegas é que vamos discutir o assunto, mas não podemos deixar de atender os nossos pacientes”, declarou o ministro. Ele salientou a importância de um trabalho conjunto e organizado para garantir a salvaguarda de vidas, destacando que “não podemos fazer greve morrendo pessoas”.
A greve, iniciada a 17 de outubro e com duração prevista de 30 dias, poderá ser prolongada caso não sejam alcançados “acordos concretos” com o Executivo.
A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que representa cerca de 65.000 trabalhadores do sector, exige melhorias significativas nas condições de trabalho, incluindo o fornecimento de medicamentos aos hospitais e a compra de camas hospitalares.
Além disso, os profissionais reivindicam soluções para a “falta de alimentação”, o equipamento de ambulâncias com materiais de emergência, bem como a disponibilização de equipamentos de proteção individual reutilizáveis, dado que muitos têm sido forçados a comprar esses itens com seus recursos pessoais. O pagamento de horas extraordinárias e um melhor enquadramento na Tabela Salarial Única (TSU) também figuram na lista de exigências.
Na sequência das críticas do ministro, o porta-voz do Governo, Salim Valá, reiterou a importância do diálogo e pediu confiança por parte dos trabalhadores em greve. “A estabilização da situação dos profissionais de saúde é uma preocupação do Governo”, afirmou Valá, durante uma conferência de imprensa em Maputo.