O Gabão prepara-se para realizar eleições presidenciais no próximo sábado, marcando um momento histórico como as primeiras desde o golpe de Estado de 2023, que pôs fim a uma dinastia de 56 anos da família Bongo.
Os actuais governantes militares, liderados pelo coronel Brice Oligui Nguema, esperam que este processo eleitoral legitime e consolide a sua permanência no poder.
Após a tomada de poder em Agosto de 2023, Nguema, que inicialmente prometeu devolver o poder aos civis, declarou-se chefe do governo de transição e anunciou a sua candidatura para as eleições deste fim-de-semana. O seu principal adversário é Alain Claude Bilie By Nze, ex-primeiro-ministro de Ali Bongo, que fundou o movimento “Juntos pelo Gabão” na tentativa de distanciar-se do legado do antigo regime.
O coronel Nguema é amplamente considerado o favorito para vencer as eleições, beneficiando-se da sua posição como incumbente e da popularidade resultante da sua contribuição para a destituição do governo impopular de Bongo. Contudo, analistas políticos alertam para o seu forte controle sobre as instituições do Estado, uma vez que o Senado, a Assembleia Nacional e o Tribunal Constitucional estão repletos de seus apoiantes.
Em declarações recentes, Brice Nguema prometeu um Gabão que “ressurge das cinzas” e apresentou-se como alguém que “construirá esta nação”. Este discurso ressoa entre grande parte da população, que enfrenta a pobreza num país com cerca de 2,5 milhões de habitantes.
Pépecy Ogouliguendé, um activista da sociedade civil gabonesa, expressou esperanças em relação ao futuro: “Espero que os resultados das eleições conduzam a uma governação mais transparente e responsável. Nós, cidadãos, ambicionamos melhores condições de vida, sobretudo na educação, na saúde e nas infra-estruturas.”