O país está a expandir a sua capacidade de testagem laboratorial, com o objectivo de responder de forma mais ágil e eficaz às emergências sanitárias.
No segundo semestre deste ano, será inaugurado um novo laboratório de saúde pública na província de Gaza, que permitirá à região operar de forma autónoma em termos de tecnologia e ciência, facilitando o teste e o controlo de doenças novas e complexas.
O director-geral do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, fez este anúncio durante o encerramento da reunião do Conselho Consultivo Anual da instituição, realizada na Ponta do Ouro, província de Maputo. Na ocasião, ele sublinhou que a nova infra-estrutura não só reduzirá os custos e o tempo de envio de amostras para Maputo, como também contribuirá significativamente para a eficiência do sistema de saúde.
Com a implementação deste laboratório, Moçambique contará com dez províncias equipadas para a testagem, tornando-se o único país africano com um instituto de saúde dotado desta capacidade. Esta distinção foi uma das razões que levou o Centro de Controlo de Doenças da África a seleccionar Moçambique como um centro de excelência na área de saúde pública.
Samo Gudo reconheceu, no entanto, que a criação de laboratórios em todo o país requer investimentos em tecnologias e na capacitação de recursos humanos. “Um dos nossos objectivos estratégicos é descentralizar a capacidade de testagem especializada, assegurando rapidez e eficiência na tomada de decisões”, afirmou.
O director do INS também ressaltou que a reunião teve lugar num contexto de grandes adversidades, caracterizadas pelo aumento da frequência e gravidade de surtos e epidemias, além de factores como mudanças climáticas, conflitos armados, rápida urbanização e desflorestamento, que elevam o risco de novas doenças devido à maior invasão do Homem em habitats selvagens.
Por outro lado, o país enfrenta ainda o desafio da transição epidemiológica, com uma crescente prevalência de doenças crónicas associadas às mudanças no estilo e modelo de vida.