Mikhail Saakashvili, actual líder da oposição e ex-presidente da Geórgia, foi condenado a um total de 12 anos e meio de prisão, conforme anunciado pelo juiz Mikhail Djindjolia durante a leitura da sentença no tribunal de Tbilisi.
Esta decisão surge na sequência de uma condenação anterior, na semana passada, a nove anos de pena por ter atravessado ilegalmente a fronteira georgiana em 2021, quando regressou do exílio.
Saakashvili, de 57 anos, está preso desde 2021, após ter retornado à Geórgia, onde foi detido para cumprir uma pena imposta em 2018, quando foi condenado à revelia a seis anos de prisão por abuso de poder. O advogado de defesa, Dito Sadzaglichvili, alega que os processos judiciais contra o ex-chefe de Estado têm motivações políticas, uma afirmação que é também sustentada por várias organizações não-governamentais.
Durante o seu exílio na Ucrânia, onde obteve a nacionalidade e ocupou diversos cargos oficiais, Saakashvili tornou-se uma figura relevante na oposição ao governo actual da Geórgia, que enfrenta acusações de autoritarismo e de um estreitamento das relações com a Rússia. O Parlamento Europeu voltou a solicitar a sua libertação imediata, enquanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu a sua transferência para Kiev.
Em 2022, Saakashvili passou por uma grave crise de saúde, tendo sido hospitalizado após uma greve de fome que durou 50 dias, o que levantou preocupações sobre o seu estado físico e a sua condição na prisão. Apesar dos desafios que enfrenta, o ex-presidente mantém-se activo na cena política georgiana, continuando a desafiar o governo em funções.