Moçambique enfrenta um preocupante surto de sarampo, que já causou a morte de pelo menos 31 pessoas desde que os primeiros casos foram reportados em Julho do ano passado.
As autoridades de saúde do país confirmaram que, entre Julho e Janeiro, foram diagnosticados 1.191 casos da doença nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia e Sofala, com a região norte a ser a mais afectada, registando o maior número de vítimas fatais.
Diante deste cenário alarmante, o Ministério da Saúde mobilizou equipas tanto a nível central como provincial para reforçar a investigação dos casos e implementar acções de prevenção e controlo.
Aleny Couto, directora nacional adjunta de Saúde Pública, revelou que, neste momento, apenas a província de Nampula apresenta um surto activo de sarampo, embora não tenha registado novos casos nos últimos 14 dias.
Para evitar a propagação da doença, as autoridades de saúde apelam aos pais que acompanhem rigorosamente o calendário de vacinação das crianças, conforme indicado no cartão de saúde. Couto enfatizou que a primeira dose da vacina contra o sarampo deve ser administrada aos nove meses de idade, seguida de uma segunda dose aos 18 meses. Além disso, destacou a importância da suplementação semestral de vitamina A para este grupo etário.
O sector da saúde está ainda a intensificar a vigilância nas áreas afectadas e prevê a realização de campanhas de vacinação em bloqueio nos distritos vizinhos aos que registam surtos. “Estamos a enviar notas técnicas às zonas com surtos activos, orientando sobre como deve ser feita a suspeita e o diagnóstico, bem como a forma de reportar casos suspeitos para uma melhor gestão do surto”, detalhou Couto.
A directora adjunta reiterou a importância de evitar o contacto com indivíduos suspeitos de estarem infectados ou com diagnóstico confirmado de sarampo. A doença, que é viral e altamente contagiosa, pode afectar gravemente tanto crianças como adultos, apresentando complicações como pneumonia, encefalite, diarreia, infecções no ouvido e até cegueira.