Sociedade Moçambique inicia produção de vacinas e injectáveis para reforçar o SNS

Moçambique inicia produção de vacinas e injectáveis para reforçar o SNS

Moçambique dará um passo significativo em direcção à autossuficiência na produção de vacinas e injectáveis de grande volume ainda este ano. 

Este desenvolvimento visa garantir a disponibilidade atempada destes fármacos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), especialmente para a prevenção de doenças importantes como a tuberculose e a poliomielite, ao mesmo tempo que reduzirá a necessidade de importação, particularmente de soros que, no passado, eram fabricados no país.

Para implementar esta iniciativa, estão a ser instaladas duas novas linhas de produção na Indústria Farmacêutica (INFARMA), localizada na Matola, província de Maputo – uma especificamente para vacinas e outra para injectáveis.

Na visita realizada ontem à INFARMA e à Fábrica Nacional de Medicamentos (FNM), o ministro da Saúde, Ussene Isse, avaliou as condições de produção, armazenamento e distribuição de medicamentos, assegurando que o Governo está comprometido em garantir que a população tenha acesso a medicamentos essenciais. “A nossa política, como Governo, é de estimular a indústria local para reduzir a dependência externa, principalmente na área de medicamentos. Com esta visita, conclui que temos condições para resolver os principais problemas de saúde do povo, porque encontrei linhas de produção que respondem ao perfil das doenças de Moçambique”, afirmou Isse.

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O ministro sublinhou, no entanto, a necessidade de uma atenção redobrada por parte das autoridades na supervisão dos depósitos e em toda a cadeia de distribuição, para não faltarem medicamentos até mesmo nas zonas periféricas.

Evaristo Madime, presidente do Conselho de Administração da INFARMA, revelou que a unidade de produção de soros está quase concluída e que, a partir deste ano, Moçambique deixará de importar este produto. “A fábrica de soros terá capacidade para produzir 16 milhões de unidades, enquanto o país consome apenas metade dessa quantidade. Assim, haverá espaço para exportar para os países vizinhos”, explicou.

Madime acrescentou que a FNM e a INFARMA produzem mais de cem tipos de medicamentos que atendem às principais enfermidades do país, fornecendo anualmente mais de mil milhões de unidades farmacêuticas ao SNS. A FNM é certificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é uma das quatro fábricas pré-qualificadas na África subsaariana, o que permite à instituição exportar medicamentos.