Sociedade Moçambique expande serviços de tratamento do cancro para hospitais provinciais

Moçambique expande serviços de tratamento do cancro para hospitais provinciais

No primeiro trimestre deste ano, Moçambique prevê expandir as intervenções clínicas de resposta ao cancro a todos os hospitais provinciais do país.

Esta iniciativa visa aumentar a capacidade de tratamento e melhorar os resultados para os pacientes acometidos pela doença.

Actualmente, a quimioterapia é realizada apenas nos hospitais centrais das cidades de Maputo, Beira, Quelimane e Nampula. Cesaltina Lorenzoni, chefe do Programa Nacional de Controlo do Cancro no Ministério da Saúde (MISAU), destacou que “temos o plano de expandir este serviço a todos os hospitais provinciais para o tratamento dos quatro principais tipos de cancro: mama, colo do útero, próstata e sarcoma de Kaposi”.

Além da quimioterapia, está prevista a implementação de um serviço de radioterapia no Hospital Central de Nampula, com o objectivo de responder à crescente demanda na zona norte do país e aliviar a pressão sobre a maior unidade hospitalar de Moçambique.

O tratamento cirúrgico para os cancros da mama, do colo do útero não avançado, próstata e sarcoma de Kaposi já é realizado em todas as unidades de saúde, incluindo hospitais rurais, distritais e provinciais.

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Contudo, a detecção precoce continua a ser um desafio e, por isso, o país está na vanguarda da introdução de novas tecnologias de rastreio, diagnóstico e tratamento, especialmente para o cancro do útero, que causa milhares de mortes anualmente.

No âmbito deste esforço, o sector da Saúde está a desenvolver testes rápidos e de baixo custo para o diagnóstico do cancro cervical. Lorenzoni enfatizou que os “testes em papel” em desenvolvimento são mais específicos e precisos. As mulheres que são HIV positivas poderão realizar o teste a cada cinco anos, caso o resultado para o cancro seja negativo, enquanto as que não têm HIV poderão repetir o exame a cada dez anos.

A responsável expressou optimismo quanto à aprovação do projecto por entidades competentes a nível internacional, o que permitiria a implementação do método em Moçambique e em outros países da África Subsahariana, que enfrentam altas taxas de incidência deste tipo de cancro.