Sociedade Hospital Centrar regista duas mortes e mais de 60 feridos nas manifestações

Hospital Centrar regista duas mortes e mais de 60 feridos nas manifestações

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Hospital Central de Maputo regista aumento de feridos por arma de fogo e enfrenta dificuldades devido aos bloqueios nas vias públicas.

O Hospital Central de Maputo (HCM) confirmou, esta quarta-feira, a morte de duas pessoas e o internamento de mais de 60 feridos por armas de fogo, no contexto das manifestações que marcam a capital moçambicana.

De acordo com os dados apresentados pela direcção da unidade sanitária, nas últimas 24 horas foram atendidos 161 pacientes no serviço de urgências para adultos, 117 dos quais por trauma. Em comparação com o mesmo período do ano passado, que registou 67 casos de trauma, os números actuais representam quase o dobro de feridos.

Feridos e óbitos confirmados
Entre os 62 pacientes baleados que deram entrada no HCM, dois não resistiram aos ferimentos, apesar dos esforços médicos.

“Tivemos dois óbitos. Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para salvar essas vidas, mas os pacientes chegaram em estado crítico e já não foi possível reverter a situação”, informou o hospital.

Apelo urgente por sangue
O hospital enfrenta também desafios na reposição de sangue para atender os feridos. Com um consumo diário médio de 100 unidades de sangue, agravado pelo aumento da procura devido às manifestações, o stock atual de 111 unidades é insuficiente.

“Estamos a lançar um apelo urgente para dadores de sangue. Precisamos deste recurso vital para continuar a salvar vidas, principalmente neste período crítico”, afirmou a administração do hospital.

Problemas de abastecimento alimentar e transporte de profissionais
Outra preocupação apontada é a escassez de alimentos para os doentes internados. Os bloqueios nas vias públicas dificultam o transporte de fornecedores, comprometendo a entrega de produtos alimentares necessários para a preparação das refeições.

“Os nossos fornecedores não conseguem chegar à unidade hospitalar devido aos bloqueios nas estradas, e isso está a afectar gravemente a alimentação dos nossos pacientes”, referiu o hospital.

Além disso, cerca de 200 profissionais de saúde não conseguiram aceder ao hospital nos últimos dias, devido à falta de transporte e às restrições de circulação.

“Apelamos para que as vias sejam desbloqueadas e que os trabalhadores da saúde e as ambulâncias tenham passagem garantida. Sem isso, será impossível prestar os cuidados necessários aos pacientes que nos procuram”, alertou o porta-voz do hospital.

Pressão sobre os serviços de saúde
O HCM, que tem uma média de 900 internamentos diários, está a operar sob forte pressão, tentando responder ao aumento no número de feridos e aos desafios logísticos impostos pelos protestos.

Com os serviços sobrecarregados, a unidade sanitária reforçou o apelo à população para doar sangue e permitir o acesso seguro aos profissionais de saúde, assegurando que está a fazer todos os esforços para atender as vítimas e minimizar os impactos da crise.