O tráfego de camiões na fronteira de Ressano Garcia, que separa Moçambique da África do Sul, foi reestabelecido ontem, após uma interrupção ocorrida na semana passada devido a actos de sabotagem que danificaram equipamentos das Alfândegas e da Migração, além do saque de mercadorias.
O ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Mateus Magala, visitou o local para avaliar a extensão das destruições provocadas pelos manifestantes e para testemunhar a retoma da circulação de veículos de mercadorias neste importante posto fronteiriço. Durante a sua visita, Magala reportou que, apenas na manhã de ontem, 300 camiões haviam transitado pela fronteira em direcção ao Porto de Maputo, prevendo que este número continue a aumentar com a restauração da segurança na área.
No sábado, a Autoridade Tributária de Moçambique (AT), através do seu porta-voz Fernando Tinga, havia já anunciado que a passagem de camiões seria retomada a partir de ontem. Este restabelecimento resulta de um esforço conjunto entre a AT, o Serviço Nacional de Migração (SENAMI) e outras entidades, incluindo as Forças de Defesa e Segurança, com o intuito de garantir o fluxo normal de pessoas e bens de forma segura, numa das mais movimentadas fronteiras terrestres do país.
Tinga sublinhou que a decisão de reabrir a fronteira foi tomada após uma inspecção realizada por uma equipa da AT, liderada pela presidente Elisa Zacarias, que avaliou os danos causados pelos protestos e as condições necessárias para uma reabertura segura. “A fronteira está reaberta ao fluxo tanto de passageiros como de carga. Os sistemas de gestão estão reestabelecidos e as condições para a operação da fronteira segundo os padrões exigidos foram criadas”, afirmou Tinga.
Além disso, foram implementadas medidas para assegurar a legalidade das mercadorias que atravessam a fronteira, tanto na entrada como na saída de Moçambique. O terminal de carga Km-4 está preparado e equipado para realizar o controlo aduaneiro dentro dos procedimentos normais.