A Polícia da República de Moçambique (PRM) efetuou a apreensão de 11 bombas de fabrico caseiro e 30 pneus no bairro da Munhava, na cidade da Beira.
Os indiciados, um grupo de jovens residentes na área, afirmam que os artefatos seriam utilizados para manifestações pacíficas relacionadas com os resultados eleitorais, desmentindo qualquer ligação a partidos políticos.
As bombas, construídas a partir de garrafas, combustível e fiapos, estavam destinadas a serem acionadas nas ruas da Beira na próxima sexta-feira, 8 de outubro. Um dos jovens indiciados explicou que o objetivo era incendiar pneus, criando barreiras nas vias. “Era para colocar no pneu, deixar na estrada, para quando uma garrafa partisse, atirarmos outra para provocar o fogo”, relatou.
Apesar dos planos, a PRM discorda da versão apresentada pelos jovens. O porta-voz da PRM em Sofala, Roberto Selemane, afirmou que as bombas caseiras têm como intenção causar destruição e cometer delitos, sublinhando que “não visam apenas queimar pneus, mas sim destruir bens, incluindo viaturas e antenas de telecomunicações”. A Polícia revelou ainda que possui pistas sobre outros 14 jovens envolvidos no fabrico dos artefatos.
No entanto, a cidade da Beira parece ter recuperado a normalidade, com o movimento de pessoas e bens a fluir sem receios. Antónia, uma residente, afirmou que “tudo voltou à normalidade”, enquanto o comerciante Muhammad Waseem confirmou que “hoje abrimos lojas e está muito calmo”.
Em Chimoio, a situação foi distinta, uma vez que dois agentes da polícia ficaram feridos ao tentarem remover barricadas erguidas pela população. Mouzinho Manasse, porta-voz da PRM em Manica, informou que a população arremessou pedras, resultando nos ferimentos, e que durante a ação foram detidos outros dois indivíduos que tentavam atear fogo a pneus.
Na província de Nampula, a PRM deteve 14 pessoas acusadas de participar em manifestações violentas, embora a situação tenha sido controlada e a normalidade restabelecida. Rosa Chaúque, porta-voz da PRM em Nampula, fez um apelo à população para que evitem aderir a manifestações que possam descambar em saques e vandalismos, garantido que a Polícia estará disponível para assegurar a ordem e a segurança pública.
