No passado sábado (05), durante uma manifestação pró-Palestina em Washington DC, um homem ateou fogo ao próprio corpo em sinal de protesto contra Israel, causando um instante de caos entre os manifestantes.
O protesto, que reunia quase mil pessoas, tinha como objectivo marcar o primeiro aniversário do ataque do grupo Hamas contra Israel. O jornal The Washington Post foi uma das fontes a relatar o incidente.
Segundo a chefe da polícia local, Pamela A. Smith, o homem, identificado como Samuel Mena Jr., foi rapidamente socorrido e levado ao hospital, onde recebeu tratamento para os ferimentos que, felizmente, não eram fatais.
Testemunhas no local descreveram a cena como angustiante. Assim que perceberam o fogo, vários manifestantes começaram a gritar por ajuda, enquanto dois agentes da polícia se apressaram para apagar as chamas. Um dos polícias usou um kaffiyeh, um lenço tradicional árabe, que recolheu da rua para tentar sufocar o fogo no corpo do homem.
“Meu Deus, por favor, não te magoes!”, gritou um dos manifestantes ao presenciar a cena. O incidente ocorreu por volta das 18h, e relatos indicam que o homem gritava de dor, enquanto o seu braço permanecia em chamas. Para além dos agentes de autoridade, várias outras pessoas tentaram ajudar, utilizando também os seus kaffiyeh para apagar o fogo, enquanto um dos polícias despejava água sobre o braço do homem.
Investigações posteriores revelaram que Samuel Mena Jr. havia publicado uma mensagem no seu site pessoal e nas redes sociais, anunciando a intenção de “demonstrar com o máximo de convicção possível” durante o protesto. Na mensagem, Mena Jr. dedicou o gesto às “10 mil crianças em Gaza que perderam um membro neste conflito”, afirmando simbolicamente que “entregava o seu braço esquerdo” em solidariedade a estas vítimas. Ele expressou ainda o desejo de amplificar as vozes das crianças e manter os seus sorrisos vivos, apesar da destruição causada pelo conflito.
Após as chamas terem sido extintas, repórteres do Washington Post relataram que o homem se identificou como jornalista e fez uma declaração sobre a difusão de desinformação. No local, foi encontrado um microfone abandonado, próximo ao ponto onde ele havia iniciado o fogo.
Apesar do impacto do incidente, o protesto prosseguiu sem interrupções significativas, mantendo o foco na causa palestiniana.