A recente eleição presidencial no Sri Lanka trouxe uma mudança profunda no cenário político do país, com a vitória de Anura Kumar Dissanayake, um legislador de orientação marxista.
A sua eleição representa um afastamento dos principais partidos políticos que dominaram o país durante décadas, refletindo o desejo do povo por uma transformação significativa no sistema político.
Dissanayake, com 55 anos, conquistou o cargo mais alto da nação ao prometer combater a corrupção e apoiar as camadas mais desfavorecidas da população.
A sua ascensão ao poder ocorre num contexto de grande descontentamento social e económico, exacerbado pelo colapso económico que o país sofreu há dois anos, levando os eleitores a rejeitar as elites políticas tradicionais.
Líder da coligação de esquerda National People’s Power, Dissanayake é também chefe do Janatha Vimukthi Peramuna (JVP), um partido que outrora se posicionava como um grupo radical e marginal.
Embora o JVP detenha actualmente apenas três dos 225 assentos no parlamento, a sua mensagem pró-classe trabalhadora e anti-corrupção ressoou fortemente entre a população.
Especialistas em política afirmam que o desencanto generalizado com os partidos tradicionais foi o principal motor da vitória de Dissanayake.
A eleição revela um país em busca de renovação, onde a promessa de uma mudança sistémica conseguiu suplantar o domínio histórico dos partidos estabelecidos.