Recentemente, a Polícia Federal do Brasil revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro traçava planos para se refugiar na Argentina, solicitando asilo político ao actual presidente Javier Milei, com quem mantém relações estreitas.
Esta informação foi divulgada através de um relatório entregue ao juiz Alexandre de Moraes, que supervisiona os processos judiciais contra Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
A descoberta dos planos de fuga e do pedido de asilo ocorreu durante buscas realizadas na residência do ex-presidente em Brasília, onde ele se encontra em prisão domiciliária, acusado de tentativa de golpe de Estado. O julgamento está agendado para o próximo dia 2 de Setembro.
Os investigadores encontraram, nos telemóveis apreendidos, uma minuta de pedido de asilo preparada para ser assinada, além de mensagens de voz e textos trocados entre Jair Bolsonaro e o seu filho, Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos desde Fevereiro, articulando sanções contra o juiz e o Brasil em resposta ao julgamento do pai.
Na missiva, Bolsonaro expressa a urgência do seu pedido, alegando ser um perseguido político e temendo por sua vida, referindo a falta de protecção adequada que um ex-chefe de Estado deveria ter.
O documento, editado por uma utilizadora identificada como Fernanda Bolsonaro, mulher de Flávio Bolsonaro, outro filho do ex-presidente, reforça o alegado risco de vida que Bolsonaro enfrenta, destacando que a perseguição estaria a ser orquestrada pela mais alta instância da justiça brasileira.
Após a revelação do conteúdo do documento, um dos advogados de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, confirmou que o cliente recebeu a minuta, mas argumentou que foi apenas uma sugestão e que Bolsonaro não considerou em nenhum momento a possibilidade de deixar o Brasil ou solicitar asilo em outro país.