L. Sebastião, funcionário do Conselho Municipal da Cidade da Beira, afectado à área de fiscalização de obras, encontra-se actualmente detido na 12.ª esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Inhamízua, sob acusação de corrupção activa durante a fiscalização de uma obra no bairro da Cerâmica.
A detenção ocorreu em flagrante delito quando Sebastião tentava extorquir 120 mil meticais de um cidadão de nacionalidade chinesa. Este valor era solicitado em troca da anulação de uma multa de 550 mil meticais, imposta devido à falta de documentação legal para a construção de infraestruturas no território municipal.
Roberto Selemane, chefe do departamento de Relações Públicas do Comando Provincial da PRM em Sofala, revelou que a prisão de Sebastião foi possível graças à colaboração do proprietário da obra. Este, ao perceber irregularidades no processo de cobrança, contactou imediatamente a polícia, que se dirigiu ao local onde seria efectuado o pagamento ilícito.
“O pagamento era ilícito, pois esses valores devem ser pagos no município. O funcionário coagiu o responsável da obra a pagar aquela quantia para anular a multa pela infracção. Há, portanto, matéria para a responsabilização do funcionário em questão”, explicou Selemane.
Apesar de ter sido apanhado em flagrante, o indiciado nega todas as acusações, alegando ser vítima de uma armadilha montada por indivíduos mal-intencionados que desejam prejudicá-lo.
“Não sei em que circunstâncias estou preso. Eu não tinha nenhum dinheiro na mão; o dinheiro de que falam só vi na mesa da polícia e depois foi devolvido ao chinês. É um ‘complot’ para me prejudicar”, refutou Sebastião.
A investigação continua, e o caso segue agora para as instâncias judiciais competentes para apurar todas as responsabilidades.