O presidente da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) informou à Lusa que mais de 50 mil profissionais de saúde aderiram à greve, com cerca de 70% de adesão no primeiro dia. Estas ações têm lugar num contexto de conversações em curso com o Governo.
Anselmo Muchave, presidente da APSUSM, afirmou que a greve está a ter uma “muito boa adesão” e prevê-se que até quarta-feira todos os 65.000 profissionais de saúde membros da associação adiram à paralisação, enquanto as negociações com o Governo decorrem desde a manhã do mesmo dia.
“A greve não é um luxo, é uma exigência. Estamos a exigir cuidados para o povo, mas o povo também precisa de analisar o que está a acontecer”, enfatizou Muchave.
Esta greve, realizada por funcionários e agentes da saúde, está programada para durar 30 dias, com possibilidade de ser prorrogada, e tem como objetivo reivindicar melhores condições de trabalho. O presidente da APSUSM afirmou que não cederão a novas propostas do Governo para suspender a greve.
Por sua vez, o Ministério da Saúde de Moçambique declarou “não haver motivos” para o reinício da greve e garantiu que continuará a assegurar a prestação de serviços de saúde à população.
Esta greve marca um retorno às ações após uma suspensão anterior, em que algumas demandas foram atendidas após negociações com o Governo. No entanto, os profissionais de saúde relatam que as promessas não foram cumpridas, incluindo a falta de materiais e equipamentos nas unidades hospitalares.
O impasse entre o Governo moçambicano e a APSUSM reflete uma longa luta por melhores condições de trabalho no setor público de saúde, incluindo a disponibilidade de medicamentos, equipamentos e materiais adequados, bem como uma resolução das irregularidades nos pagamentos de subsídios.