Tareck El Aissami, ex-ministro do Petróleo da Venezuela, foi preso nesta terça-feira (09) por suposto envolvimento em um esquema de corrupção que teria desviado bilhões de dólares da petrolífera estatal PDVSA.
O anúncio foi feito pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, que também informou sobre a detenção do ex-ministro da Economia, Simón Alejandro Zerpa.
El Aissami, de 49 anos, ocupou o cargo de vice-presidente de Nicolás Maduro entre 2017 e 2018, sendo considerado um homem de confiança tanto do presidente venezuelano quanto de seu antecessor, Hugo Chávez.
De acordo com Saab, “Conseguimos revelar a participação direta e consequente prisão de Tareck El Aissami, ex-ministro do Petróleo e ex-presidente da PDVSA, detido para ser apresentado e indiciado pelo Ministério Público nas próximas horas”.
El Aissami renunciou ao cargo de ministro do Petróleo em 20 de março de 2023, após o início das investigações sobre um esquema de venda de petróleo por meio de criptoativos. Após sua renúncia, ele desapareceu das redes sociais e não fez mais aparições públicas.
O esquema de venda de petróleo por meio de criptoativos foi uma estratégia adotada pelo governo venezuelano para contornar os embargos financeiros impostos pelos EUA contra o país.
Segundo Saab, a prisão de El Aissami se deu após depoimentos de cinco testemunhas que explicaram como o esquema de corrupção funcionava. As testemunhas apontaram para “vendas abaixo do valor de mercado, manipulação arbitrária e criminosa de fundos obtidos com a venda de produtos, cobrança de comissões durante todo o processo de comercialização, bem como pedidos de suborno para garantir o acesso a contratos, roubo de fundos públicos e financeiros para obter lucro e afundar a economia”.
Os depoimentos também mencionaram o envolvimento do ex-ministro em uma “rede de prostituição envolvendo jovens venezuelanos e estrangeiros”.
“Um ano atrás, detectamos uma rede de altos funcionários, muitos deles presidentes de subsidiárias da PDVSA, que admitiram ter usado seus cargos para realizar operações petrolíferas ilegais. Fizeram isso sob a responsabilidade de El Aissami”, acrescentou o procurador.