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Irfaan Ali celebra vitória nas urnas e garante continuidade da liderança na Guiana

Irfaan Ali, chefe de Estado de centro-esquerda da Guiana, anunciou a sua vitória nas recentes eleições presidenciais, realizadas no pequeno país sul-americano que possui as maiores reservas de petróleo per capita no mundo.

Em declarações à agência de notícias France-Presse, Ali afirmou: “Os números são claros. O PPP/C [Partido Progressista Popular/Cívico] obteve uma vitória esmagadora. Temos uma larga maioria e estamos prontos para levar o país para a frente.”

O presidente de 45 anos destacou a sua intenção de erradicar a pobreza no país, utilizando os recursos petrolíferos como motor de desenvolvimento. Nos últimos cinco anos, a exploração de petróleo quadruplicou o orçamento do Estado, que deverá alcançar os 5,75 mil milhões de euros em 2025. A Guiana regista o maior crescimento económico da América Latina, com uma previsão de 43,6% em 2024, e espera que este índice ultrapasse os dois dígitos em 2025.

Desde o início da produção de petróleo em 2019, o país visa aumentar a produção dos actuais 650 mil barris por dia para mais de um milhão até 2030. De acordo com dados parciais divulgados pela Comissão Eleitoral, o PPP/C de Irfaan Ali venceu em oito dos dez círculos eleitorais, acumulando 242.498 votos num país com 850 mil habitantes.

A comissão eleitoral deverá anunciar o vencedor oficial, embora o anúncio possa ser adiado devido a um pedido da Associação para uma Nova Unidade (APNU) para recontar os votos numa das regiões eleitorais. O líder do partido com a maioria dos votos, neste caso o PPP/C, é quem nomeia o presidente, mas a composição exacta do parlamento só será conhecida após o anúncio da comissão, uma vez que o PPP/C poderá enfrentar uma coligação de oposição.

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A presidência foi disputada entre Ali, o magnata Azurddin Mohamed, sancionado pelos EUA e fundador do movimento Investimos na Nação (WIN), e Aubrey Norton, líder da APNU. Os registos eleitorais já divulgados indicam que o WIN obteve um apoio significativo, enquanto o APNU foi o partido derrotado nesta eleição, tendo sido até agora o maior partido da oposição.

Observadores internacionais do Centro Carter e da União Europeia consideraram as eleições competitivas, sem “irregularidades significativas” no dia do pleito, embora tenham notado uma “vantagem injusta” para Irfaan Ali, que “distorceu o jogo” durante a campanha. O relatório da missão da UE refere que o Presidente e o seu governo inauguraram uma série de projetos públicos, incluindo hospitais, estradas, esquadras de polícia e serviços de transporte.

Ali terá também de enfrentar a complexa questão do Essequibo, uma região rica em petróleo e minerais, que é reivindicada pela Venezuela. O presidente manteve uma postura firme contra Caracas, que reativou as suas reivindicações sobre o território em 2019.