No período de janeiro a dezembro de 2023, o Estado moçambicano registou uma perda de mais de 716 milhões de meticais devido a práticas corruptivas. Este fenómeno, que continua a ganhar contornos alarmantes, é descrito como um dos principais desafios enfrentados pelo país.
Os dados constam do Informe Anual da Procuradora-Geral da República (PGR), Beatriz Buchili, que será apresentado hoje à Assembleia da República. Segundo informações obtidas pelo jornal “Notícias”, o relatório destaca não apenas os prejuízos financeiros causados pela corrupção, mas também os danos incalculáveis que esta prática acarreta para todas as esferas da sociedade.
O documento revela que, nos diferentes órgãos do Ministério Público (MP), foram registados 1349 processos relacionados com atos corruptivos, em comparação com os 1639 processos do período anterior, representando uma redução de 21%. Destes, 1374 processos foram despachados, resultando em 966 acusações, 408 arquivamentos e 622 processos transferidos para o período seguinte.
No decorrer do ano, foram detidos 200 cidadãos, sendo que 185 foram presos em flagrante delito por envolvimento em crimes de corrupção. Quanto aos tipos de crimes mais comuns, destacam-se a corrupção passiva para o ato ilícito, com 413 processos, seguida pela corrupção ativa, com 392 processos, abuso de cargo ou função, com 159 casos, peculato, com 129 ocorrências, simulação de competências, com 81 casos, e concussão, com 34 situações identificadas.