Forças moçambicanas estão a combater e perseguir grupos terroristas nas matas do distrito de Meufi, em Cabo Delgado, após os insurgentes terem fugido do distrito de Quissanga.
Um grupo misto de militares e membros da Força Local interpelou os insurgentes na terça-feira, nas matas da aldeia de Mancuaia, onde decorreram combates.
“Após passarem pelas aldeias de Nanlia e Impiri, as autoridades militares tomaram conhecimento e destacaram um grupo para perseguir os rebeldes. E foi o que aconteceu, perseguimos, e nas matas de Mancuaia foi possível a troca de tiros”, disse um membro da Força Local envolvido nas operações.
A fonte confirmou que terroristas foram feridos, mas não adiantou informações sobre baixas entre os militares.
As comunidades de Mancuaia, Sasalane e Sambene, assim como de alguns acampamentos a pelo menos 100 quilómetros da cidade de Pemba, têm estado a abandonar as suas residências por medo de novos ataques.
Fontes locais relatam que pelo menos quatro membros da Força Local ficaram feridos nos combates, além da destruição de uma viatura das Forças de Defesa e Segurança, após caírem numa emboscada.
Durante a fuga, os terroristas raptaram um casal de camponeses nos campos de produção de Nanlia, que foram libertados horas depois.
O grupo terrorista Estado Islâmico anunciou esta semana que está em curso uma “viagem de pregação” no norte de Moçambique, onde se multiplicam notícias de contactos entre insurgentes e a população nas últimas semanas.
Populares de Mucojo disseram que aquele posto administrativo em Cabo Delgado está controlado por um grupo de terroristas.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, visitou na sexta-feira uma posição da Força de Intervenção Rápida no distrito de Metuge, reconhecendo que os terroristas tentam agora “outras formas de desestabilização”.
No mesmo dia, um grupo de quase 50 terroristas foi visto pelas populações a atravessar a estrada Nacional 1, entre as aldeias Nanlia e Impriri, no distrito de Metuge. Suspeita-se que o grupo se dirigia à vizinha província de Nampula para recrutar novos membros.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, libertou distritos junto aos projetos de gás natural, mas a situação ainda é volátil.
Os combates e a fuga dos terroristas causaram o deslocamento de milhares de pessoas e geraram medo e insegurança na população.
A situação em Cabo Delgado é um grande desafio para o governo moçambicano, que precisa de conter a insurgência e garantir a segurança da população.