Os professores do Sistema Nacional de Educação de Moçambique ameaçam não trabalhar com turmas superlotadas ou com mais de 100 alunos. A reivindicação surge a escassos dias do arranque do ano lectivo 2024, que terá início a 1 de fevereiro.
A decisão dos professores foi anunciada durante uma marcha que a classe realizou na terça-feira, em Maputo. Os professores empunhavam panfletos e entoavam cânticos, exigindo melhores condições de trabalho, incluindo a eliminação de turmas ao relento, o pagamento de subsídio de horas extras em dívida e a redução do número de alunos nas turmas acima da média.
“Caso neste ano lectivo tenhamos turmas com mais de 100 alunos, faremos questão de dividir a lista e o Governo vai decidir o que fazer com a outra parte”, disse um professor que não quis ser identificado.
O pagamento do subsídio de horas extras é também um dos principais pontos de reivindicação dos professores. Segundo eles, apenas professores de três escolas receberam o subsídio, depois da promessa feita pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.
Os professores também exigem a adopção de medidas para melhorar a qualidade de ensino no país, que passe pelo aumento dos níveis do aproveitamento pedagógico.
O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano ainda não se pronunciou sobre as reivindicações dos professores.
Uma paralisação dos professores teria um impacto significativo no sistema educativo moçambicano.
Com menos professores disponíveis, as aulas seriam canceladas ou reduzidas, o que prejudicaria a aprendizagem dos alunos.
A paralisação também poderia levar a um aumento da evasão escolar, à medida que os alunos desistissem de frequentar as aulas.
O governo moçambicano terá de encontrar uma forma de resolver as reivindicações dos professores para evitar uma paralisação que poderia ter um impacto negativo na educação do país.