Centenas de famílias do posto administrativo da Ponta do Ouro, na província de Maputo, estão preocupadas e revoltadas com a ordem de encerramento da Escola Comunitária Graça Machel, uma instituição que atende cerca de 800 alunos.
A ordem de encerramento foi emitida pela Direcção Provincial de Educação de Maputo, sob a alegação de que a escola não reúne condições para desenvolver atividades letivas.
O documento, que deu entrada na secretaria da escola na quinta-feira, dia 24 de janeiro, foi assinado pela directora provincial de Educação substituta, Isália Carmen Magona.
A decisão foi recebida com surpresa e indignação pela comunidade, que considera que a escola é uma importante fonte de educação para as famílias da região.
“Estamos muito preocupados com esta decisão”, disse um pai de aluno que preferiu não se identificar. “A escola é a única opção para muitas famílias da nossa comunidade. O encerramento vai causar um grande impacto na vida das crianças.”
Outra mãe de aluno, que também pediu para não ser identificada, disse que a decisão é “uma injustiça”. “A escola tem os seus problemas, mas tem também muitos pontos positivos. As crianças estão a aprender e a crescer aqui”, disse.
A direcção da escola diz que está a tentar reverter a decisão da Direcção Provincial de Educação. No entanto, as chances de sucesso são reduzidas, uma vez que a escola já foi classificada como “imprópria” para o ensino.
O encerramento da Escola Comunitária Graça Machel é mais um exemplo dos desafios que o sistema educativo moçambicano enfrenta. O país tem uma taxa de analfabetismo de cerca de 40%, e o acesso à educação é um problema para muitas famílias, especialmente nas zonas rurais.
A decisão também levanta preocupações sobre o futuro da educação comunitária em Moçambique. Essas escolas desempenham um papel importante na educação de crianças e jovens em zonas onde o Estado não tem a capacidade de fornecer educação pública.