A ONU alertou, terça-feira, sobre os importantes avanços que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) regista em diversos países, em particular no continente africano, apesar de ter perdido numerosos líderes em operações antiterroristas.
Segundo indicou Voronkov, a “estrutura descentralizada” do EI permitiu-lhe continuar a operar com certa normalidade, a organizar ataques e a obter financiamento.
Por sua vez, Martin Ewi disse na terça-feira que o Estado Islâmico expandiu a sua influência além da medida em África, com pelo menos 20 países a sentirem directamente a actividade do grupo extremista e mais de 20 outros a serem usados para logística e para mobilizar fundos e outros recursos.
“Eles são agora centros regionais, que se tornaram corredores de instabilidade em África”, avaliou Ewi, que coordena um projeto transnacional sobre crime organizado no Instituto de Estudos de Segurança, na cidade sul-africana de Pretória, e que anteriormente foi responsável pelo programa de combate ao terrorismo da Comissão da União Africana.
O especialista em segurança afirmou que a Bacia do Lago Chade, que faz fronteira com Chade, Nigéria, Níger e Camarões, é a maior área de operação do grupo extremista, que determinadas áreas no Sahel são agora “ingovernáveis” e que a Somália continua a ser o “ponto quente” do EI no Corno de África.
A principal preocupação do relator reside no avanço do EI em várias zonas de África, em particular no Oeste do continente e na região do Sahel, mas ainda em países como o Uganda, Moçambique e em vários Estados costeiros do golfo da Guiné, que até há pouco não registavam a presença de membros da organização jihadista.
Outro importante foco de tensão centra-se no Afeganistão, onde a presença da filial do EI no país se expandiu no Leste e Nordeste do território após a tomada do poder pelos talibãs, em Agosto de 2021, apesar de uma redução do número de ataques.