Este acordo rubricado em Istambul, foi alcançado sob o impulso da diplomacia turca. Ele prevê que durante o prazo de 4 meses renováveis, os barcos carregados com cereais ucranianos possam circular por corredores marítimos livres de qualquer presença militar, de e para a Turquia cujo papel consistirá em garantir que os navios não acabem por transportar armamento para a Ucrânia.
Em contrapartida, os russos obtêm um memorando assinado juntamente com a ONU garantindo que as sanções ocidentais não se apliquem aos cereais e adubos russos de forma directa ou indirecta.
A assinatura deste acordo desbloqueia a situação desses dois países que representam juntos 30% das exportações de cereais a nível mundial e pode vir a aliviar também a pressão exercida sobre os países -nomeadamente africanos- mais dependentes destas fontes de fornecimento.
A assinatura do acordo sobre os cereais ucranianos sucedeu pouco depois de o gasoduto NordStream 1, que encaminha o gás russo para a Europa, tornar na quinta-feira a funcionar a 30% da sua capacidade, após 10 dias de encerramento “para manutenção”, não conseguindo afastar o espectro de um eventual cenário de contenção energética num contexto em que a Rússia pode a qualquer momento voltar a fechar a torneira.