O retorno das actividades de exploração do gás na Bacia do Rovuma, no norte da província de Cabo Delgado, permanece numa incógnita, de acordo com as declarações feitas nesta quinta-feira, 2 de Junho, pelo ministro da Economia e Finanças, Max Tonela.
Falando à margem da 8.ª edição da ‘Conferência e Exposição de Moçambique sobre Mineração, Petróleo & Gás e Energia’, o dirigente afirmou que o Governo está a criar condições para o regresso na totalidade dos investimentos, mas que ainda é muito cedo para determinar quando é que se vai retomar.
“Ainda há um trabalho que precisa ser feito para que se possa retornar aos investimentos. O objectivo do Governo é garantir uma estabilização total da região para que as pessoas possam circular. Se tudo continuar a correr como está, prevemos que a Total possa trabalhar com o Governo para decidir quando vai começar com os projectos, mas, agora, é muito cedo”, disse citado pelo Diário Económico.
Max Tonela defendeu a necessidade de existência de mais transparência na exploração dos recursos naturais visando a promoção do desenvolvimento social e económico do País.
“A exploração deste potencial deve ser feita de forma transparente para que os seus benefícios contribuam, em primeiro lugar, para a elevação da vida dos moçambicanos, hoje e amanhã”, disse o ministro.
Para que a extracção de recursos naturais seja colocada ao serviço da prosperidade dos moçambicanos, o Executivo avança estar a apostar em estratégias que promovam a industrialização do País e a participação do sector privado nacional na cadeia de valor.
“Queremos que a indústria extractiva seja a força motriz da industrialização nacional, garantindo que os nossos recursos possam ser transformados em produtos de alto valor acrescentado, promovendo mais emprego e dinamizando o mercado interno e as exportações”, sublinhou.
Nesse sentido, Max Tonela garantiu que o Governo tem tomado várias medidas para a eliminação de barreiras ao investimento, assegurar a transparência e garantir uma maior participação do sector privado nacional e estrangeiro na exploração de recursos energéticos.
Tonela frisou que Moçambique tem no gás natural um activo importante para ajudar o País, a África Austral e o mundo a empreenderem a transição energética para uma era de maior preponderância das energias limpas face à emergência provocada pela crise climática.
“O compromisso de Moçambique com a agenda climática é inequívoco. Prestamos atenção ao desenvolvimento de fontes renováveis, para a diversificação da matriz energética nacional e alcance das metas de acesso universal à energia eléctrica”, enfatizou o titular da pasta das Finanças.
A Conferência que decorrerá durante dois dias junta mais de 200 participantes de 21 países que vão debater os desafios e oportunidades no sector de mineração, petróleo, gás e energia em Moçambique, tendo como lema “Desenvolvimento sustentável em toda a cadeia de valor mineral e energético, rumo a um futuro com baixas emissões de dióxido de carbono”.